Fomos protagonistas
desta, história
porque, estávamos
no sítio certo
à hora, errada.
O negrume das nuvens
contrastavam
com o cinzento, esbatido
da situação
No ar, pairava
excelsa harmonia
de um passeio, ao luar
Os bancos, daquele, jardim
ainda, de antigamente
de madeira
ressentiam-se, com a chuva
que se deitara, neles
pelo que, não nos, podíamos, sentar
daí, continuarmos a percorrer
aquele jardim
que apesar de invernoso
nos deliciava, com sua beleza
De mãos dadas, caminhávamos
escutando, o barulho, das folhas,
ao toque dos sapatos
Eu, ia gravando a paisagem
como se mais tarde
fosse pintar, um quadro,
em aguarelas
Não
Ficaria mais bonito...
Desenhado, a carvão
Tudo era perfeito,
mas, mal eu sabia,
que toda, aquela, perfeição
se, iria transformar, num pesadelo
Um grito, surgiu
Fujam...Fujam
vem ai, um tufão
estão a dizer na televisão
Num ápice...
O vento, soprava,
como uma sinfonia
tal era, a sua força
As árvores, baloiçavam...
As raízes, tremiam...
As folhas, choravam
As plantas, gritavam
em agonia...
Corríamos, mas, sempre
de mãos, unidas
Queríamos, fugir
mas uma, enorme, árvore
caía aos nossos, pés
Não tenhas medo,
dizias-me, tu
mas, eu não te escutava
já gritava...
Tudo era um reboliço
de gritos...
Pessoas a fugir
Carros a bater
Árvores a cair
Telhados a voar
E nós...
Continuávamos, correndo
com medo...
Que o mundo,
desabasse, sobre, nós
mas...
Sem, largarmos, as mãos
E, o vento, cada vez mais forte...
Gritos...Bramidos...
Dores, constantes...
Santos, invocados...
E eu corria
E tu corrias
Já ambos, gritávamos
sem saber, para onde irmos
onde nos escondermos
A noite mais parecia dia
tal era a sua luminosidade
Gritava...Gritava
Estávamos, aterrorizados
e nossos gritos, lancinantes
fizeram, com que eu, acordasse
Sim...
De um, salto, ergo-me da cama
Acordei
de um sonho...pesadelo
de verdade
mas, sempre...
De mãos, unidas
Moral da história!?
AUTORA: LOURDES S.
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