16 de ago. de 2010

" SONATA AO LUAR "





Já vagueio por páginas e letras, sussurrando a saudade, e, gritando, a solidão
No entanto, imagino, que, a bela, Serapiã, poderá surgir, como se fosse, uma orquídea, no longínquo horizonte, que se avista
Sedutora, cabelos, ao vento, vagarosamente, descalça, as sandálias brancas, e senta-se, sobre a areia molhada, fitando, este, mar, de tréguas
As ondas, balbuciam segredos, no sussurro da noite, deleitando-se, na brancura, das suas vestes.
E, ela, apesar da sua simplicidade, enverga, um vestido, azul, que lhe faz realçar os ombros, e, o peito, um pouco desnudado.
E, o mar, ri, por ver, que, aquela, mulher, tem a sua cor
De um azul celestial, que, até, poderia ser trocado, por prada, ou mesmo, pela cor ousada, da púrpura, ela, renasce, por entre as areias, de cor ténue, e deslumbra-se, na inquietude dos gemidos, das ondas, que se deleitam, nas rochas do esquecimento.
Iluminada pelo ofusco das lágrimas, quer vibrar de emoção, e, então, faz surgir, a Serapiã, da sedução.
De caneta entre os dedos, respira, fundo, o cheiro da maresia, e, apraz-se, atrevidamente, a escrever, com ousadia.
E, escreve, escreve, escreve...
Sonhos...Magia
Já vai longa a noite, e, o frio, apodera-se dos sentidos. Os mesmos, que, naquelas, folhas brancas, arderam de vontades, desejos oprimidos, saudades.
Sonhos imaginários da arte de seduzir
E, nessas folhas, tudo deu, tudo recebeu, como fragrâncias inebriantes, de esperanças, então, perdidas
Já vai longa a noite, e, aquela mulher, solitária, olhando imensamente o mar, e, perdendo-se, no horizonte, vai rebuscar ao passado, memórias que o tempo guardou.
As lágrimas, vieram, fazer-lhe, companhia, mas, já era, outro dia.
Como por encanto, ergueu-se.
As lamparinas, sorriram, e, acenderam-se, por entre as rochas, iluminando o caminho à sua passagem
Ela, encheu-se de coragem, e, afogou o passado, passando a ser, uma miragem.
E, foi então, que o mar, a veio abraçar
Trémula, pelo frio que se fazia sentir na terra, deixa cair a pena, nesta prosa de nostalgia
Caminha, agora, vagarosa, de sandálias nas mãos, percorre a areia fria, do esquecimento, e jura a si própria, fazer, vencer a Serapiã
Amanhã é outro dia!

AUTORA: LOURDES S.

Um comentário:

Anônimo disse...

Excelente de grande altruísmo e saber, mas sobretudo talento de poder criar.

MMC