30 de ago. de 2010

" A TARDE LOUCA DAS PALAVRAS "

A música sussurra nos meus ouvidos, como as palavras, doces que me dizes, que não me dizes, contudo...Afagos...Sim, afagos no meu rosto....Falsos? Não os quero... Ai…Ai....Teclas que toco, molhadas das lágrimas, que teimam em cair...
Desespero de um poema, que não consigo gritar, letras que não vou soletrar, porque a vida não me permite. Oh doce, amigo, quisera teu afago em meu rosto, e, poder, sorrir, contigo, mas...
A música continua a entoar no meio da sala, nesta, em que me sinto, triste e sozinha, e, eu...
Grito calada
Como se neste momento, fosse madrugada
E, eu...
Gritasse por ti
Nos gemidos do meu piano, choro baixinho, a tua ausência, e apesar da nostalgia, bem longe a distância que nos separa, bendigo, tua, presença
Quisera olhar-te
Penetrar tuas pupilas como se fossem açoites de bênçãos, quisera, profundamente desvendar, o segredo do teu olhar
Não!
Não me digas adeus
Deixa-me, simplesmente, debruçar, nas pedras da calçada, e, meigamente, enxuga os olhos meus. Beija minhas lágrimas...Sorri, porque mesmo só...Eu, aqui, em silêncio te clamo
E, por ti chamo...Em prantos de amor
E, as pedras da calçada
Molhadas, pela chuva que cai
Gritam sonoras, gargalhadas
A Lourdes, pifou...
Deve ser, da nostalgia do dia, que se faz, sentir
Vem...Vamos ver o mar. E, de mãos dadas, na areia húmida, passear...Escutar as ondas, debaterem-se nas rochas da solidão, e, esconder dentro de nós, os murmúrios dos lamentos do mar, que balbuciam segredos de um sentir, e, que se deleitam no naufragar de um sonhar.
E, o piano entoa, vagarosa e tristemente, a tua ausência.
Prantos de lágrimas, que, teimam, em deslizar, e, pintar, esta, folha, outrora, de nada, no mais triste poema, que, hoje, me apetece, dedicar-te.
Não!
Não impeças as minhas lágrimas
Abraça-me, por favor, abraça-me
E, chora, comigo
Onde estás, meu querido, amigo?
Fecha os olhos...Escuta, só...E, sente, meu grito

AUTORA: LOURDES S.

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