14 de ago. de 2010

" SONATA DE AMOR "

No entardecer da tarde
No crepúsculo...
Onde as cores se fundem numa bola de fogo
E, onde o sol, parece, beijar o mar
Aquela mulher, de vestido negro,
Cabelos ao vento
Esperança perdida
Encontrou-se com a felicidade
Olhos nos olhos
Olhar profundo
E reluzente
Como as estrelas do firmamento
Que surgiam na noite
Ainda ausente
Os corpos ardiam
Banhados pelo sol
Com cheiro a maresia
Salpicados de salitre
Que aquela água, trazia
E, nessa tarde, quente de verão
O chuveiro que a refrescava
Estonteava-lhe os sentidos
Sentia-se serena,
Mas nervosa no seu pensar
Oh...
Como desejou te amar
Mais tarde...
Foi vestida com a cor do Céu
Num azul esverdeado
Que mais parecia um mar revolto
Que se confrontou
Com a ESPERANÇA
Teus olhos, aproximaram-se, dos dela
Num olhar penetrante
De fazer vibrar a alma
E...
Ela sentiu seus olhos
Beijarem os teus
Depois...
Depois, teus lábios, meigamente
Tocaram os seus, docemente
E, as bocas famintas
Procuram-se avidamente
Num beijo de busca e descoberta
Tanto tempo
Demasiado tempo
Tempo demais
Boca, sequiosa...
Em que não sentia, uma, língua,
Procurar a sua, com sofreguidão
E, não por dor ou violação
Amarras de um passado
Que nesse momento mágico
Ela, não admitia, recordar
Sim...Um beijo
Com vontade de beijar
E, aquele beijo, carinhoso
Era acompanhado,
Do afago de seu rosto
Não importavam as rugas
Marcadas pelo desgosto
Eram mimos e mimos
Na ternura dos carinhos
Tua mão agarrou seu seio
Como que a protegê-lo
Por um dia ter amamentado
Como se...
Venerasses o facto, dela, mulher, ser mãe
Tal foi a doçura do teu toque
E, ela,
Oh...Ela sentia todo o afecto
Sem querer acordar do sonho
Nesta magia de sonhar
Em que tantas vezes
Deixou a pena, deslizar
Num acto sublime de amar
Dádiva de amor
Respeito
Numa troca de afectos.
E não é que os meus sentidos
Se, uniram num tumulto contra mim?
CHEIRO...
Os odores da nossa pele, gritavam baixinho
Desejo-te! Quero-te!
Vem!
VISÃO...
Os olhos encontravam-se
Como se, trespassassem a alma
PALADAR...
Nossas bocas, uniam-se
Sôfrega e docemente
E a saliva, juntava-se, perfeitamente
AUDIÇÃO...
Sem letras
Em teu peito, escrevi
Versos de amor
E, escutei, melodias desencadeadas
De, um sentir, que nunca, senti
TACTO...
Nossas mãos
Percorriam os corpos
Já desnudados
De vergonhas, pudor ou preconceitos
Também, as roupas, voaram
Sem nos preocuparmos
Onde foram cair
Tua mão, percorria-me o corpo, quente
Vibrante, de amor, ausente
Faminta
Carente
Tocavas-me o sexo
E, minha, vagina, tremia
Nos movimentos, masturbatórios
Oh sim
Fiz dos teus pelos
A minha manta de sedução
E, da minha vontade, esquecida
Loucura e excitação
Como toda eu, ardia
No estremecer das sensações
Eras meu príncipe, encantado
O anjo com que sonhei
E, em tantos poemas, amei
Com êxtase
Com loucura
Numa sedução desmedida
Minha boca, desceu a teus pés
Beijei-os
Sim!
Sempre imaginei fazê-lo
Ninguém....Mereceu
Mas, tu, sim
Tu merecias ser amado
Merecias, que, eu, em ti
Tocasse...
A minha sonata de amor
Extasiei-me no teu corpo
E, abarquei teu sexo
Meigamente, em minha boca
E, minha língua, refrescava-o
E, meu desejo, cumprimentava-o
Loucura de um sentir
Quando tua língua
Quente, vibrante
Fez arder
Minhas entranhas
Na forma esfusiante
De querer mais
Louca magia
Que nunca ousei permitir
Mas, agora, estava a sentir
Desejos ao rubro
Respirações ofegantes
Suavemente...
Com um carinho, indescritível e inigualável
Teu sexo aproximou-se do meu
Penetraste-me, com tanta ternura
Que quase ia à loucura
E, no vaivém frenético
De te sentir em mim
Explodi numa canção de amor
Com volúpia nos demos
Em orgasmos simultâneos
E, outros surgiram
Vénus?
Júpiter...Plutão
Tudo era paixão!
E, ainda, outros
Vulcões adormecidos
Agora, em erupção
Lava e sémen numa perfeita, união.
Como por encanto
De um pranto
E, as lágrimas, rolaram, rolaram
Num sufoco incontrolável
De tanta e tanta felicidade
Abraçamo-nos
Como se nesse abraço
Jamais nos quiséssemos, separar
Tentei desenhar teu rosto
Para o guardar na minha memória
Como um cristal azul índigo
Igual ao meu vestido
Que, milagrosamente
Ousei, tirar
Para me deslumbrar
Na dádiva de amar
Tive a Honra
De ser, amada por ti
Já não era sonho
Já não era fantasia
E, apesar da magia
Era a minha realidade
Por isso...
Meus olhos brotavam
Lágrimas de FELICIDADE
Obrigada meu querido
Pois em ti, sonhei
E, por ti, me fascinei
E em êxtase, eu toquei
A MINHA SONATA DE AMOR!
Fecho os olhos, medito e sonho
Sonho, que, aquela mulher
Bem poderia, ter sido, EU!

AUTORA: LOURDES S.

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