30 de set. de 2010

" AINDA...O AMOR "



Ainda no cérebro
Quando passar para o coração
Eu deixo deslizar a pena emotivamente
Mas com o sentido da razão.

Agora sim.................



Sinto nas veias o sangue que me corre
Quente, faminto de ti
Sinto no corpo o calor abrasador que te chama
Escuto este grito que por ti clama
E que me impede de ir
Não escarneças de mim
Nem rias de meu pranto
Sou somente um sonho
Nesta vida de desencanto
E eu sonhei
Oh como sonhei este cenário




Este palco de derradeiro encanto
Onde eu sonhei tocar
A minha Sonata de Amor
Mas, tristemente estou só
Eu, a melancolia, a saudade
A minha vida vazia
E na verdade
Uma perdida e teimosa lágrima
Por companhia
Levo aos lábios um pouco de vinho tinto
De uma garrafa, guardada há anos
Mas que nem sequer deixei decantar
Bebo-o sôfregamente
Já que não posso saciar minha sêde na tua boca
E, imagino-me esperando por ti, nesta tela de sedução
Quem sabe um dia, a lágrima vai deixar de caír
E a noite, deixará de ser palco, desta tristeza profunda
Em que hoje coabito com a dor
Desta saudade de ti
Não!
Não rias de meu pranto
Oh meu amor, meu amor

AUTORA: LOURDES S.

27 de set. de 2010

" MISTÉRIO "






EU...

Desculpa se me prostro a teus pés
Enquanto me ignoras sentado no sofá
Deixa-me encostar meu rosto, aos teus joelhos
E, chorar baixinho
Não!
Não precisas dizer nada
Nem sequer te dês ao trabalho, de secar minhas lágrimas
Beija-as simplesmente em silêncio
E escuta meu pranto
Neste mistério
Que nem eu entendo
Mas que quero desvendar
Procuro por ti dentro de mim
E em mim
Procuro por mim
Passei a ser uma folha seca de Outono que todos calcam
Só para ouvir o seu barulho, nas solas dos sapatos
Será que és uma sobra ou uma sombra de mim?
Sinto-te a vaguear na ilusão
Acho que estou no fundo do posso
Mas tu puxas-me para cima
Seguras na minha mão, trazendo-me a emergir
Neste teu peito coberto com as minhas poesias
Poesias de pétalas perfumadas num circo chamado vida
Onde somos os seus actores principais
Deixa-me encostar a minha cabeça no teu ombro
E contar logo minhas mágoas todas para ti
O teu ombro é mais que um muro é uma alcofa paterna
Andaste a navegar por mares agitados
E nesta diversificação, queres somente o teu espaço
Mas eu, porque te quero, invado-o
Já aprendi com erros futuros
É difícil voltar a mergulhar na pocilga
Serei eu, sem por vezes, me encontrar
Encontro-me num espaço chamado memórias
Memórias de uma época, em que por momentos, pensei ser feliz
Mas nunca o fui... Só isso
Somos vagabundos do amor
Desconectados com o mundo que nos rodeia
Queres um abraço?
Os abraços por vezes oprimem-me
Sufocam-me
Torturam-me
Sinto o cheiro a falsidade a cada esquina
Tanta mágoa
Só dor...
Apetece-me chorar.
Sou uma amálgama de sentimentos
E se juntares a tua tristeza à minha
Faremos um livro perfeito
Uma sonata tocada em dó menor
Com um prefácio escrito a lágrimas
Escalpelizadas pelo desprezo humano
Somos uma réstia de algo
Que a natureza nos implantou
E que outros nos querem roubar
Uma verdade aqui outra acolá é assim construída a nossa vida
Em cima de uns alicerces de saibro onde não abunda o cimento
Somos uns castelos de areia
Que com uma rajada de vento tudo se transforma
Na maior das masmorras, aniquilando-nos o coração
Teremos de ser nós mesmos a libertar-nos, dessa corrente hercúleas
Com a subtileza dos nossos pensamentos e atitudes
Dignas de um ser de honra e dignidade
Altos valores que a sociedade actualmente ignora
Vilipendiando tudo e todos
Vês porque te adoro?
Exactamente por tudo isto
Por seres como és
Por sentires, como sentes
Somos feitos não do mesmo sangue, mas da mesma matéria
Matéria una e indivisível
Uma matéria que acredita no próximo e não trai os princípios mais básicos
De uma relação profícua de amizade
Encosta-te ao sofá
Estica os braços, agarra-me
Abraça-me
Vês?Já sorrimos
Mas tu abraças-me na essência, que constrói as minhas moléculas, iónicas e esotéricas
Vais ver que quando menos esperares o sol vai raiar para mim
E nesse dia não me vou esquecer de te dar um feixe luminoso
Mas, sabes?
Existe mais neste meu grito, muito mais!
O Outono é o meu estado de alma
Eu absorvo as palavras, como que uma esponja sequiosa de amor
Um dia quem sabe ainda
Iremos ter o nosso quinhão de felicidade

AUTORA: LOURDES S.

" O OURO E O SEU VALOR "



LOURDES SALVADOR

26 de set. de 2010

" PARA ALÉM DAS MEMÓRIAS "


LOURDES SALVADOR

" MELANCOLIA DE UM SENTIR "







E é no meio dos sentidos
Onde o silêncio grita
Palavras sussurradas
No encontro dos nadas
E choram baixinho
Na ausência de ti
No enlaçar dos corpos
Onde a dança é frenética
E no pegar dos copos
Num brinde ao amor
Aquele que...
Uma sonata, o piano ainda vai tocar!




AUTORA: LOURDES S.

" EU E O SONHO "


Hoje, apetece-me esquecer o quanto fui...




SUBJUGADA
Bem pior do que isso mas já passou
Enterrei essas memórias, e, deixei-as ir
Nas ondas do mar bravio
Naquele que chora comigo
Quando me sento na areia molhada
E deixo sair o meu grito
E as ondas choram comigo
E deleitam-se contra as rochas da saudade
Balbuciando mil segredos
Parece que escuto tu dizeres-me
Depois de um dia de chuva como o de ontem, hoje está Sol e eu adoro o Sol
Parece que tuas palavras são
Uma lição de esperança
O SOL
Que aquece a alma e o coração
Nesta época que se aproxima
Em que nos sentimos mais depremidos
O OUTONO
Melancólico e triste
Aquele que nos faz vir à memória
Tudo aquilo que tentamos esquecer
Sem dúvida, mas vamos tentar viver o dia a dia o melhor que pudermos e soubermos
Quanto mais não seja
Eu vou ser louca
Apetece-me dançar à chuva
E correr areal fora
Pouco me importando se dizem
A Lourdes enlouqueceu
Tontos serão aqueles que assim pensarem.
Que nos importa se isso nos faz felizes?
Vamos então correr na praia, esteja sol ou chuva, calor ou frio?
Vamos dançar um tango, uma valsa, um bolero?
Então, agarra-te bem a mim, encosta-te bem a mim, encosta o teu rosto ao meu...
Oh! mas como tu sabes bem dançar!!!
Com que leveza o fazes, mas não me calques, porque eu já te calquei os calos
Agora a música passou para um slow. Temos de nos saber comportar dignamente
Deixa-me apertar-te bem contra mim, dizes-me tu
Apetece-me beijar-te...
Não aceitas?
Porquê?
09h! Mas que mal eu fiz para não quereres dançar mais?
Mas, porque foges?
Perguntas com ar de espanto
Hoje particular-me estás bem vestido. Teu cheiro suave inebria-me os sentidos.
Faz-me sonhar. E nesta ousadia de estar em teus braços, sinto-me uma criança
Quero rodopiar em ti
Neste tango frenético, e sentir o calor da tua boca aproximar-se de mim
Mas meu corpo treme...Não quero sentir-me assim
Sinto-me desfalecer
Não posso. Não devo
Penso...
Mas o pensamento acorda
Porque neste instante
Me agarras forte
E não me deixas cair
O negro da tua roupa
Chama por mim
E eu deixo-me ir
Nesta sedução
Fecho os olhos
E docemente, sinto tua boca aproximar-se da minha
Ternamente, meigamente me beijas
E esse beijo de encantos sonhados
Levou-nos a um beijo sôfrego
De desejos não ousados
Mas como todo o sonho belo
O relógio desperta sempre
Na hora errada
Oh! como é bom sentir o teu coração a bater contra mim.
Como é adorável sentir o teu perfume que me excita
Mas acabou?
Que sonho tão lindo e encantador que acabamos de viver
Desculpa, mas por vezes fazes-me sonhar... Ser de novo adolescente...
Obrigada
Gostaste de ter dançado comigo? eheheheheh eu adorei
Eu também
Obrigada. Foi um prazer
O prazer foi repartido pelos dois
Espero que voltemos a repetir mais vezes esta façanha
Pois concerteza, pois tudo pode morrer à minha volta
Ou mesmo dentro de mim
Podem arrancar-me a alma
Espezinhar-me o coração
Mas nunca ninguém, conseguirá, arrancar-me das entranhas
O SONHO
ESSE, NUNCA MORRERÁ!

AUTORA: LOURDES S.

" O QUEIXUME DE UM OLHAR "


Desenhei teus olhos negros
Numa tela sem cores
Pintados a aguarelas de sentimentos
E de ti vou fazer um poema
Gravei teu olhar, profundo
No meu coração
Para que em dias de tristeza e nostalgia
Eu vá ao baú das recordações
E retire pedacinhos de momentos
Em que te encontrei
Perdido, nas minhas histórias
E nesse dia, possívelmente
A lágrima vai cair
Porque tu...
Já não estarás aqui
Mas sim, e, sòmente
Retido nos meus olhos
E guardado na minha memória
Não fiques sem palavras ao escutar-me
Nem me queiras beijar
Porque se o quiseres
Então atreve-te
E faz com esse beijo
Com que nesse beijo
Eu não sinta o sabor de uma despedida
Mas sim, uma vontade louca, desmedida
De tua boca, beijar

AUTORA: LOURDES S.

" A CRIANÇA "



Toda a criança é esperança
Toda a criança é luz
Toda a criança é inocência
Até que este mundo podre
A TRANSFORME
Seja ela...
Negra, amarela, branca, vermelha
Mais diria PRETA
Da cor do mundo em que habita
Pois nem sequer tem direito a PÃO
Quanto mais a JUSTIÇA
Seja de cor for, negra ou branca
Até pode ser mestiça
Que não deixa de ser CRIANÇA!
AUTORA: LOURDES S.

23 de set. de 2010

UM AMIGO E UM DESABAFO


Um grito em silêncio
Não fiques preocupado comigo meu bom amigo
Eu só ando demasiado triste com o silêncio
Mas isto vai passar
Não sei quando, mas vai.
Felicidade?
Sinceramente não acredito.
Julguei que a felicidade estava em pequenos nadas,
mas tristemente, constactei, que nem sequer aí a encontrei
Tão pouco pedi à vida, e, ela, ingrata que é, nem esse tão pouco me deu
Desculpa o meu desabafo
E, tu, se és meu amigo, vais responder-me
Sei...
Dizes-me para manter a serenidade e a esperança em melhores dias.
Que Deus me ajudará.
Aconcelhas-me para nunca, mas mesmo nunca,
mesmo que a sorte me seja madrasta, virar a cara à luta.
Tens esperança de que um dia, dentro da tua certeza,
EU VENCEREI
Mandas-me um xi-coração muito terno,
Talvez até um beijo
E retiras-te para a tua vida
E, eu, continuo sendo um grito calado
Na negrura da noite
A lágrima cai
Estou triste, demasiado triste com o silêncio!

AUTORA: LOURDES S.

21 de set. de 2010

SONHO


Dança comigo
Faz-me sonhar
Que meu sonho
Não é só sonho
Talvez, todo este barulho seja só o silêncio.
Talvez os teus olhos nunca mais me vejam.
Talvez, teus lábios, jamais entoem a doce frase ‘Eu amo-te'
Talvez, teu coração agora só bata em desespero.
Talvez, o daqui a pouco, seja o que já passou.
Talvez eu não queira ouvir frases lindas
Mas providas de falsidade
Talvez queira um amor
Talvez eu só queira olhar-te
Bem no fundo dos teus olhos
E sentir a verdade
NÃO FAÇAS BARULHO
QUERO ESCUTAR O SILÊNCIO
E, PORQUE TANTAS VEZES NO SILÊNCIO EU GRITO
Talvez, o sol nunca mais brilhe.
Talvez, o toque do teu beijo supere o silêncio e a dor.
Talvez, eu não acredite mais no amor.
Talvez, eu nunca soube o que era amar.
Talvez, um dia, o meu caminho acabe, e eu não saberei por onde voltar.
Talvez, um dia tu seja dono do mar, e lá me afogarei em solidão
Talvez eu seja
Aquela que tem passado
E tu não tens escutado
Talvez eu seja a força
Talvez
Talvez tu querias sentir
Sim, sentir as minhas mãos trémulas, apressadas, despindo o teu corpo
Acariciando o teu rosto
Meus lábios macios, molhados, delicados, na tua pele e seduzindo a tua razão
Mas eu quero...
Essa razão, eu quero agarrar
E estender-te minhas mãos
À procura de uns braços
Que me abracem
Porque querem abraçar
Forte, sentido
Tão sentido
Como as lágrimas que rolam
Na envolvência desta música
Talvez eu queira que beijes
Minhas lágrimas com ternura
Talvez eu queira fazer de ti um poema
E, num pranto de loucura
Adormecer no teu peito
Talvez eu queria
Talvez eu queira fazer de teus pelos
Uma manta de sedução
Talvez eu queira
Ser existência
Uma simples razão
Talvez eu queria morrer amanhã
Neste mar de sofreguidão
Onda a onda se debate em sedução
Talvez eu queira
Queria sim
Queria...
Morrer de amor
Verdadeiro
Sublime
Sem igual
Onde os sentidos
Gritassem
De felicidade
Sonatas de amor
Talvez eu queira nunca te ouvir dizer ou soluçar em pranto
As vezes arrependo-me por te amar de mais!
Sinto que também me amas... mas entregas esse amor também em outros braços
Enquanto fico aqui à espera das sobras desse amor que me enlouquece
Satisfazendo-me com simples palavras, enquanto meu desejo era estar contigo
E entregar-me a esse amor proibido.
Proibido?
Mas o amor não pode ser proibido
Pois é um sentimento sublime
Por vezes inalcançável
Mas, para sempre
Para sempre, sonhado!
Vem...Grita por mim
Envolve-me nos teus braços
Vamos dançar
E, simplesmente, enlouquecer
O amor é uma loucura
Eu disse que não era?



AUTORA: LOURDES S.

SOLIDAO





Já somos dois na solidão
E se as solidões
Se encontrassem
Quem sabe
Os corações
Sorririam
À felicidade
Contudo
Estou só
Sofrendo
O vazio
Da ausência
E gritando
Quem sabe
Por ti
Fumo um cigarro
E na fumaça que faço
Imagino
Em teus braços
Rodopiar
Quem sabe
Ao som do tango
Ou de um bolero
Imaginado
E triste
Às vezes estamos tão tristes
Que não vemos a ternura
Passar ao nosso lado
E num desepero
Agarrámo-la com as duas mãos
E transcrevêmo-la
Em gritos
Nas teclas de um piano
Até então...
Silêncioso e triste
Como esta minha solidão!

AUTORA: LOURDES S.

FOLHAS SECAS



Ando por aqui e por ali
E mesmo por acolá
Sem destino algum
Sem ir e sem chegar
A lugar nenhum
Ouço as folhas secas
Tristemente caídas
Anunciarem o Outono
Num som quebradiço das folhas secas a estalar
Sob as solas dos meus sapatos
Observo este banco...
Vazio de ti


Resolvo do chão apanhar
E num caderno guardar
Aquela folha já morta
Como eu, por não ter ousado
Bater àquela porta
Ando por aqui e por ali
À procura de ninguém
Ou para ver se me encontro
Num ou em alguém
Ando por aqui e por ali
À procura de mim
E de ter coragem por fim
De bater àquela porta
A porta da felicidade
Ando por aqui e por ali
Quem sabe à procura de ti
Nestas folhas secas da saudade

AUTORA: LOURDES S.

UM POBRE SONETO

Oh soneto, sonho dos poetas
Que te quero escrever e não consigo
Mas nas linhas descobertas
Serás tu, o meu amigo?
...
Oh sonetos, meus sonetos
Tão ricos sois...14 versos
Duas quadras. dois tercetos
Em tempos tão adversos
...
Oh soneto de mel
Que tanto foste de fel
E hoje não és mais nada
...
Soneto para ti eu digo
Quero-te mais do que a um amigo
A eternizar meu livro

AUTORA: LOURDES S.

QUE PENA

Que pena o silêncio das palavras
E a ausência das pessooas
Que pena a falsidade
Que pena
E é com pena minha
Que deixo cair a pena
De cansaço
Estou esgotada
De com pena
Tanta pena sentir!
AUTORA: LOURDES S.

UM LIVRO CHAMADO...



Um livro chamado...
LOURDES
Sou páginas de um livro,
Por mim escrito
Ao relento
E ao sabor do vento
Sou letras, sofridas
Páginas em branco
Ainda, por escrever
Sou folha de papel
De um livro escrito a fel
Sou simplesmente
UM LIVRO
Um livro que muitos lêem
Mas ninguém, entende
Sou como uma folha rasgada pelo vento
Abandonada, sem alento
Sou um ilusão perdida
Nas páginas da vida
Um livro exaltado
Por muito ter amado
Um silêncio
Um grito
Um lamento
Um sofrimento
Ah sim
Sou um livro
Neste esquecimento
Também sou felicidade
Hoje?
Saudade
Sou pranto
Sou dor
Sou clamor
Sou agonia
Sou sol de inverno
Sou lágrimas no inferno
Sou um cavalo preto, imponente e selvagem
Sou simples miragem
Sou borboleta ausente
Do néctar de uma flor
Sou cristal por lapidar
Sou uma tela por pintar
De um azul indigo
Sou senhora dos castelos
E gata borralheira
Sou magia de uma escravidão sensual
Sou tudo o que faz bem e o que faz mal
Sou tufão de sonhos
Que se desvanecem no ar
Sou fome
Sou sede
Sou coragem
Também sou desalento
Sou Anjo de uma só asa
Sou voz ao vento
Sou um vulcão em erupção
Com a caneta na mão
E ela desliza, rasgando em pedaços
Retalhos de um sentir
Réstias de esperança
Sou Serapiã
Numa forma sedutora, ousada, provocadora
De um erotismo
Sou Afrodite... A deusa do amor
Mas, hoje
Hoje, sou eu
Simplesmente, EU
UM LIVRO CHAMADO...
LOURDES!

AUTORA: LOURDES S.

" A HISTÓRIA DE UMA AMIGA

Num discurso comovente, apetece-me falar de uma amiga
De seu nome, Serapiã, carregava nos ombros, o fardo de um passado, amargurado e triste
No seu dia a dia caminhava, muitas das vezes, de semblante carregado, e a tristeza assolava
e no meu ombro, quantas vezes chorava
Aquela, mulher, queria agarrar o mundo, como uma bola colorida em sonhos e poesia, e queria transformá-lo, como se fosse magia.
Mas o vento soprava, e, docemente, ela sorria, tristemente.
Quis então o destino, que Deus um dom lhe desse, e ela, das palavras, passou a fazer a sua prece.
Tocou sonatas de amor no piano que a enlouquecia no entardecer da aurora, na noite ou no novo dia
Cansada de tão grande caminhada, sentou-se na soleira da porta, daquela casa, pequenina, de pedra, mas que a acolhia com todo o amor, porém, hoje vazia.
E se as paredes falassem, contariam histórias de algumas alegrias, mas, muitas e muitas dores
Mesmo assim, aquela mulher, fechou os olhos, e à lembrança lhe vieram, mil e uma recordações.
Oh como teve saudades de suas longas tranças pretas e dos sonhos de criança
Por isso num ápice, voou
Voou escalando montanhas de medo e de sedução
Voou de encontro aos sonhos, e perdeu a razão
Ganhou novas asas, novas vontades
Aliás, recuperou vontades adormecidas
E voou com a caneta na mão
Erotizou palavras, contando histórias atrevidas
Desnudou a alma, desnudando os corpos
Ressuscitou dos mortos
E fez surgir, A SERAPIÃ!
Esta amiga, que para onde quer que eu vá
Sempre me acompanhará.

AUTORA: LOURDES S.

" LUTA...VIVE "

Luta
Luta pela vida enquanto vives
E, enquanto te restar um sopro de ar
E, enquanto houver amanhã
Numa luz ao fundo do túnel
Também, haverá, no hoje, a esperança
LUTA!
VIVE!
Não olhes o obscuro do sofrimento
Nem desistas
Sei
A revolta apodera-se do teu ser
Porquê a mim?
E o teu cabelo cai
Porque a medicação é forte demais
Já não aguentas
Vomitas
Dói...Dores e mais dores
Queres morrer!
Depois, depois vem a paciência
E, nela, a aceitação
A resignação
E, a vontade de viver
Agarra essa vontade, com todas as tuas forças
Nem que elas sejam poucas
Agarra-as com FÉ
E, por favor
LUTA!
Porque tu és mais forte
Do que tudo que te surge
Não sejas egoísta, querendo partir
NÃO DESISTAS!
Pensa
Tanta gente, precisa de ti
De saber que existes
Sem sofrimento, sem dor
Pessoas que precisam
De te ver, quanto mais não seja
SORRIR!
Oh como às vezes faz falta um sorriso
Leal, verdadeiro, amigo
Por isso, para ti eu digo
Agarra minhas mãos

E, jamais, lutarás sózinho
EU, PRECISO DE TI!
Por isso, amigo
LUTA!
VIVE!
AUTORA: LOURDES S.

" A CASCATA DO MEU SER "




Teu fogo desventra-me
Queima-me o corpo
Ardo de prazer

Bebes de mim
Da cascata do meu ser
Faminta, gulosa
Ávida, desejosa
Tudo eu, quero viver
E, porque surges
Nas águas gélidas
Da minha sede
Quero me embriagar
E, em teu sexo me extasiar
Quero ter-te em mim
Por ti trepar
Mas eu subo a escada
E, tu, mais um degrau

Difícil de alcançar
Então, enrosco-me em ti
Nas tuas pernas
E, rastejo
Como se a Serapiã
Fosse uma cobra, desejosa de te envenenar
É neste veneno, que hoje, eu quero pernoitar
Agarra meus seios
Como se fosses meu filho
E eu te estivesse a amamentar
Meigamente...Serenamente
Busca em mim, a tua deusa
A deusa do amor
E, eu desabrocharei, como uma flor
Diz que queres desbravar minha libido
Sequiosa de ti
Dá-me tua saliva, nos beijos loucos
E, deixa tua língua, saciar minha loucura
Percorrendo-me o ventre
Explorando, ousadamente
A cascata do meu ser
Deixa tua boca, gritar por mim
E, fazer-me ter vontade
Desejo...Tesão
De querer na verdade, ser tua
E, em ti me queimar
Neste fogo que me arde
E me consome
Vem...
Mata-me a fome!




AUTORA: SERAPIÃ

" TEIMOSAMENTE "

Teimosamente falsos
Porque os homens teimam, em aplicar adjectivos
Linda
Fofa
Doce
Bela
Boa
Sensual
Enfim
Uma data de parvoíces
Ou por outra, subterfúgios de atinjir objectivos
Descabidos, diria.
Mas, eles, continuam, teimosamente, a agir, assim
Esquecendo-se, que por vezes, seduzem mais
CALADOS!

AUTORA: LOURDES S.

18 de set. de 2010

" O POÇO E A ESTRELA "



Apetece-me dizer
Cheguei ao fundo do poço e não sabia
....
Não há fundo do poço para a esperança
...
A esperança é como uma estrela
Aquela que está dentro de nós
Uma estrela guia, que sempre nos guia
Nos guia e conduz
E essa estrela
ÉS TU, MINHA MÃE!
Tu que me deste o ser
Provindo de teu ventre abençoado
Também por Deus, sagrado
E, ainda hoje,
Apesar de teu rosto
Marcado pela idade
Já são quase, 84
E, pelo desgosto
Que a vida te aprontou
Apesar de teus cabelos brancos
Fios de prata, reluzentes ao vento
E, já quase sem forças
Num sorriso luminoso



Como teu coração
Estendes-me as mãos
E, puchas-me, do fundo deste poço
Em que mergulho nas lágrimas
Sim!
Teu exemplo de vida
Foi a minha maior lição de amor
Porque tu, MÃE!
És a prova viva
De que o amor...
Pode tudo vencer, mesmo na dor
Por isso MÃE
Hoje quero homenagear-te
Em simples letras
Jorradas do coração
E, perante ti, humildemente
Agradeço aos Céus
A MÃE que Deus me deu!
Abençoada sejas por ser assim
Sabes, Mãe?
Se tivesse de escolher
Não queria outra mãe para mim
A não seres TU!
AMO-TE!



AUTORA: LOURDES S.

17 de set. de 2010

" COMO AS PESSOAS..."




Como as pessoas mudam
De cordeiros, rapidamente, se transformam em leões
Famintos de tesão
Querendo alcançar ou devorar sua presa
Pobres de vós
Que não sabeis ler, poesia
Nem sentir um coração em agonia
Tentai ler nas entrelinhas
Talvez retirem alguma lição
Porque dizes que não fazes
Se, possivelmente, tudo isto e muito mais já fizeste
Porque dizes que não dizes, se até o dizes
Porque afirmas que não sentes
Se o sentes
Porque falseias a verdade?
Oh leão
Esta, tua presa, está alerta
Não julgues que a convences
E, cuidado
Ela, defende-se, mesmo, antes de ser atacada
E nunca, por ti, será devorada!

AUTORA: SERAPIÃ

15 de set. de 2010

" PRESA NAS TEIAS DO PASSADO "



Paz... Tranquilidade... Contudo, Demência
De, uma loucura, sentida
E, não, gritada!
Sanidade?
Loucura?
Desejo obstruido
E no mais profundo, escondido
Quisera libertar-me, das teias
Que me suportavam por um fio
Mas, as teias, mais em mim se envolviam
Não me querendo deixar fugir
E, eu me libertar
E, por fim sorrir
E, então um dia...
Quem sabe se por magia
De fera ferida
Passei a fera exaltada
Faminta, de sentir
De desejos, explodir
Quisera agarrar Marte,
Neste meu novo sentir
E, aquele vulcão, adormecido
Agora, despertado, pelo teu olhar
E, pela minha vontade de amar
Explodiu, levando-me a Plutão
Lava e sémen, numa mistura
Desencadeada pelos sentidos
Há tanto tempo...Demasiado tempo
Oprimidos

Gritei, sim
Gritei de prazer, neste orgasmo
Nunca antes sentido
Bebi de teu corpo
Saciando minha sede
Como se de uma fonte se tratasse
E, eu bebesse, sôfregamente
Suspirei...Gemi
E, no meu gemido, gritei finalmente
O sentir, nunca dantes permitido
Nem ousado
Nem sequer imaginado
Porque a tal moral
Não admitia, tão pouco, sonhar.
Mas, hoje...
Hoje, libertei-me das amarras
Das correntes
Das teias de um passado

Quero viver
Quero ser livre
Quero poder gritar
Que tenho vontade de ti
Sem preconceitos ou pudores
Se tenho tesão
Eu quero poder dizer, sem vergonhas, que o tenho
SIM!
Quero ser mulher
E, se uma lágrima, deslizar
Desta vez, é de felicidade!
Tanto sonhei
Que vivi, esta, realidade!
Realidade ou fantasia?
Pouco importa
O certo é que senti
SOU MULHER!




AUTORA: LOURDES S.

" DEIXA-ME ADORMECER "



Estou cansada
Exactamente, como o meu carro
Cansada de lutar contra a maré
Sabes?
Este mar está revolto e bravio
Já não tenho mais forças
Nem sei o que digo
Desculpa
Isto vai passar
Só nos cruzamos
Numa hora má!
Numa hora, em que até os segundos parecem anos
Pois, sonhos
Sòmente sonhos, numa realidade tão diferente
Daquela que sonhei, um dia, agarrar com toda a força
Nas minhas mãos
E, acariciar teu rosto
Num afago, sentido.
Sim!
Estou cansada!
Já não me apetece, sonhar
Mas, também, de que adianta o sonho
Se as ondas deste mar em que me debato
O leva para bem longe
Para um mundo de felicidade
Onde, penso e sinto
Que Deus, se esqueceu de mim
Como agradecer e não chorar
Quando a alma dói?
Ai se eu pudesse, apanhar boleia, nas asas de um anjo
Então no seu colo, eu choraria
E, nos seus braços, eternamente, adormecia
Estou tão exausta
Por isso, AMIGO
Por, favor...
Deixa-me, adormecer, nos teus braços!



AUTORA: LOURDES S.

" AMIGO "




Amigo
Companheiro de uma vida
Confidente de mil segredos
Amparo dos dias
E das noites de insónia
Amigo
Companheiro das horas aflitas
Em que transportavas, velozmente
Meus tesouros, para o hospital
Te agradeço, por nunca me teres
Nessas alturas, deixado ficar mal
Amigo é chegada a hora fatal
A hora de dizer adeus
Bem não quero
Mas o cérebro, assim, a me obriga
Tu, tal e qual como eu
Estás cansado...Desgatado
De tantos caminhos percorridos
Na solidão
De quando em vez
Lá surgia dentro de ti
Uma melodia...Um tango
Uma gargalhada
Mas mais do que muitas
Eras meu amigo fiel
Escutavas minhas lamúrias
E secavas-me as lágrimas
Nunca me ralhaste
Mas, comigo, soluçaste
Lembro-me perfeitamente
Daquela noite...
Em que eu chorava, copiosamente
Não!
Nem sequer tinha condições para te conduzir
Não sei onde ía, até onde parar
Onde o desespero, me ía levar
E, tu, meu bom amigo
Nesse dia, fizeste perrice
E não te movêste
Parecia que choravas comigo
grgrgrggrgr...Quando tentava pôr-te a trabalhar
Sei que não tens pensamento
Mas, atrever-me-ía a dizer
Que já me salvaste
Por isso, amigo
Chegaste ao fim da tua caminhada
E, eu tristemente,
Vou ter de dizer-te adeus
Perdoa-me
Se de alguma forma te maltratei
Pois nunca o pensei
Assim, como, não imaginei
Que um dia, por ti choraria
Obrigada meu bom amigo
Não posso mais recuperar-te
Tás velhinho
Não aguentaste mais
E tua cabeça explodiu, ardendo
Vou ter de te deixar partir
Mas, contigo, morre um bocado de mim
Que falta me vais fazer
Só tu sabes disso
Como dizer adeus, a um amigo?
Como?

AUTORA: LOURDES S.

" AFINAL QUEM É PEDINTE? "



Porque me olhas assim
Com esse ar de escárneo?
Eu...
Eu já fui como tu
Astuto e elegante
Hoje sou
Um ser errante
Mas de consciência, liberta
E, alma sangrenta
Sim, porque me olhas assim?
Eu, que já fui
Filho
Pai
Trabalhador
Honrado
Hoje, desgraçado
Mas nunca perdi meu nome
Nem o coração abençoado
Mas, tu
Tu passas ao largo do meu passado
E ris
Troças de mim
E, do meu cheiro
Que o corpo tresanda
E, eu espreito nesta manta rota
Mas que tenta aquecer-me no relento
Quando faz frio e está vento
Tenho vergonha
Não de mim
Mas, de ti
Passas
Caminhas lentamente
Para me ver bem
Será que na algibeira
Tens um pedaço de pão?
Para matar ou enganar a fome
De quem já tudo teve
Mas, hoje, não
Não!
Não escarres para o chão
Pois machucas-me a mim
Olha bem nos meus olhos
E jamais me esqueças
Sou um mendigo, bem sei
Mas, tu, que me achincalhas
És mais mendigo do que eu
Tens a alma vazia
E, o coração negro
Já fui novo, sabes?
Hoje, sou velho
E tu, tratas-me
Como se eu fosse um farrapo
Mas, eu sou um ser humano
Tal e qual como tu
E também, sou teu irmão!

AUTORA: LOURDES S.

" PRECE FINAL "




Se eu tivesse palavras
Para te fazer um dia de felicidade
Nem na noite solitária
Eu gritaria a saudade
...
Se eu tivesse palavras
Para te fazer um dia de luz
Nem no entardecer
O teu coração reluz
...
Se eu tivesse palavras
Para te fazer um dia de amor
Todos os teus dias seriam
Dias sem dor
...
Se eu tivesse palavras
Sem sofrimento
O teu eu seria sempre
O meu maior alento
...
Se eu tivesse palavras
Numa prece divinal
Então, esta, jamais seria
A minha prece, final!

AUTORA: LOURDES S

" A UMA FILHA "





A Amiga fala e sente...
Filha
Filha do meu coração
Que mais te hei-de dizer
A não ser...
Que por ti
Sinto grande paixão
Filha minha
Que não o és
Mas, bem que o poderias ser
És força
Desvanecida de um querer
És mágoa de um, saber
És dor de um viver
Mas, eu por ti, tenho um amor infinito
E. quantas lágrimas deixo rolar
Por não mais saber como te adorar
Filha minha
Tesouro do meu ser
Como me doi
Ver-te padecer
Mesmo assim...
Te amo
Com toda as forças do meu ser
Diz o pai, humildemente
Parabéns querida filha
Deste Pai
Que não é mais, do que um ser imperfeito
Guardando-te no colo
Deste mar de lágrimas
Em que me refeito
Da tristeza de te ver sofrer
Oh filha adorada
Mariana
Para sempre
Simplesmente...
Minha filha, muito amada
Parabéns
Por amanhã
Por ontem
Por hoje
E, por todos os dias,,,
Da tua existência
O Pai que te adora
Para além do Universo
O amor...Meu amor
Transformado, em verso
Em 21 de Setembro 2010

AUTORA: LOURDES S.

13 de set. de 2010

" APETECE-ME "





Apetece-me esquecer
Que o mundo subsiste
Apetece-me esquecer
Que há vida lá fora
Apetece-me esquecer
Que existe sofrimento, cá dentro
Hoje, apetece-me esquecer
Que existo!
Que nada sou
Que tudo sou
E, que vagueio neste...
Universo de hipócrisia
Onde eu te encontrei um dia
Hoje...
Apetece-me esquecer
Esquecer que não sou barco
Mas, naufrago, na tempestade
Esquecer que não tenho asas
Mas voo no sonho
Esquecer que não sou sol
Mas tenho uma grande chama
Esquecer que não sou lua
Mas a minha voz te clama
Esquecer que não sou mar
Mas, lágrimas a rolar
Hoje...Apetece-me

Esquecer que me enviam
Beijos...Doces
Mais diria melados
Falsos de hipocrisia
Mas, que grande treta
Este modernismo
Um beijo é um beijo
E, que saudades tenho
De sentir meus olhos te beijar
Por isso, hoje,
Apetece-me esquecer
Que nada disto sou
Hoje, apetece-me esquecer de ti
Porque de mim...
Tu, nunca te lembras!?
Hoje...
Apetece-me esquecer
Quem fui
Quem sou
A vontade de morrer
A ânsia de viver
Hoje, apetece-me, simplesmente
Em teus braços adormecer

AUTORA: LOURDES S.

" A UMA FILHA "




A Amiga fala e sente...
Filha
Filha do meu coração
Que mais te hei-de dizer
A não ser...
Que por ti
Sinto grande paixão
Filha minha
Que não o és
Mas, bem que o poderias ser
És força
Desvanecida de um querer
És mágoa de um, saber
És dor de um viver
Mas, eu por ti, tenho um amor infinito
E. quantas lágrimas deixo rolar
Por não mais saber como te adorar
Filha minha
Tesouro do meu ser
Como me doi
Ver-te padecer
Mesmo assim...
Te amo
Com toda as forças do meu ser
Diz o pai, humildemente
Parabéns querida filha
Deste Pai
Que não é mais, do que um ser imperfeito
Guardando-te no colo
Deste mar de lágrimas
Em que me refeito
Da tristeza de te ver sofrer
Oh filha adorada
Mariana
Para sempre
Simplesmente...
Minha filha, muito amada
Parabéns
Por amanhã
Por ontem
Por hoje
E, por todos os dias,,,
Da tua existência
O Pai que te adora
Para além do Universo
O amor...Meu amor
Transformado, em verso
Em 21 de Setembro 2010

AUTORA: LOURDES S.

O ROSTO



RASGOS DE VIDA E DE ALMA...
GRITOS SUFOCADOS!

AUTORA: LOURDES S.

9 de set. de 2010

"SAUDADE"

" O ROSTO "




Diz-me
Porque te escondes no silêncio
E, te refugias na tela
Diz-me, tu
Porque te escondes atrás de uma camara
E, não escutas a voz de quem te ama
Sim
Porque a um amigo, também, se pode amar
Mas, diz-me
Diz-me tu, já que eu não consigo discernir
A loucura da sanidade
Qual o teu rosto?
Será um rosto da mentira
Ou duma triste, verdade
Diz-me, por favor, diz-me
Se para ti eu escrevo
Em forma de poesia
Porque não me soletras
Nem sequer, um bom dia
Diz-me, Anjo que me consome
Alma que me agonia
Homem que me enlouquece
Apresta-te a dizer-me
Qual o erro da minha inocência
Ou simplesmente, demência
Que eu teimo para ti gritar
Porque não me posso defender
Já que sou ré
E, sou julgada, sem sequer ser consultada
Nem ouvida nem achada
E, por fim, compreender
Diz-me...
" A OUTRA VERSÃO DA HISTÓRIA "
Não!
Calem-se vozes loucas do universo
Nada de mal aconteceu
São gritos neste meu verso
E o caminhante, anunciava-me tristes notícias
Coisas graves
Histórias fatais
Em que por vezes, as pessoas refugiam a sua dôr no silêncio
Há que respeitar esse mesmo silêncio
Como posso eu, dizei-me
Abandonar um amigo?
Como posso eu ignorar a sua ausência
Como posso eu não me preocupar
Com alguém muito querido
Como posso eu?
Eu que sempre afirmei, que:
- Quando digo que sou amiga
Sou-o de verdade e eternamente.
Respeito sempre todo o ser
E amo toda a gente
Mas, há aqueles, que nos entram, no mais profundo de nós
E, então, fechamos as portas, para nunca ouvir
Dizer, adeus
Mas, por vezes o adeus surge
Sem sequer dizer, adeus
Como posso esquecer?
Como posso lembrar...
Se, nunca te esqueço?
Dizem que o coração não doi
Mas, sangra de dôr!

AUTORA: LOURDES S.

8 de set. de 2010

" PERDI..."





Não consigo calar minha voz
Nem pincelar os olhos de rosas
Em vez de lágrimas
Perdi...
Perdi um amigo
E, tu, se o vires por aí
Manda-o vir ter comigo
Sim
Perdi um amigo
É parecido com as folhas de outono
E, tem olhos cor do mar
Veste roupagens da cor do fogo
E, canta para não chorar
Perdi um amigo
Tem voz de rouxinol
Que até parece um betinho
Perdi-o no pôr-do-Sol
Pobre dele, coitadinho
Não sei onde está
Onde foi parar
Se o vento o levou
Ou se o mar o fez naufragar
Como louca eu vou
Corro ruas da saudade
E pergunto às àrvores de amizade
Se por acaso o viram passar
Mas as mesmas, choram baixinho
Por não terem, noticias, para me dar
Vou então, pelas vielas do desencanto
Bato às portes, sou corrida
Julgam que sou uma mendiga
Perdi um amigo
Eu grito!!!
Por acaso sabem onde está?
Se está vivo, dizei-me
Dai-me notícias, estrelas
Onde quer que ele vá
Vós que do alto vêem
Procurem na estrada da VIDA
E, eu não serei mais
Uma mulher sofrida
Ai Sol, se meu amigo aqueceres
Eu beijo-te, por mereceres
Ai Lua, se meu amigo iluminares
Abraço-te, mostra-mo, sem esconderes
Ai Anjo se o sono dele, velares
Não deixarei apagar
A chama da minha vela
E, eternamente...
Por ele, ficarei à espera
Perdi um amigo
Por acaso, passou por aqui?

AUTORA: LOURDES S.

" AI QUEM ME DERA..."





AI QUEM ME DERA, AGARRAR TEU BEIJO
E, EM TEUS BRAÇOS, DANÇAR SOBRE O TEJO
E, SONHAR...SONHAR
QUE, SOBRE AS ÁGUAS
TE ESTOU A AMAR!
...
AI QUEM DERA, AGARRAR TEU BEIJO
E, TE ABRAÇAR
NAS ÁGUAS DA SAUDADE
DE UMA VERDADE
...
AI QUEM ME DERA, AGARRAR TEU BEIJO
E VER O TEJO SORRIR
DANÇANDO ESTA MELODIA
DA LOUCURA DE UM SENTIR
...
AI QUEM ME DERA, AGARRAR TEU BEIJO
E, EM TEUS BRAÇOS, ADORMECER
SERIA O FIM DE UM SONHO
QUE PERSISTE, MAS SEI
QUE COMIGO VAI MORRER
...
AI QUEM ME DERA, AGARRAR TEU BEIJO!

AUTORA: LOURDES S.

" TENTEI, MAS NÃO CONSEGUI "





Tentei
Sim! Juro que tentei
Ultrapassar um " 4 " sem escrever para ti
Contudo, hoje, sinto-me arrependida
Parece que te esqueci
NÃO!
Nunca te irei esquecer
Neste grito em que o pranto é a minha companhia
Queria que fosses um mar de alegria
Mas em vão
És um mar de saudade
Dentro do meu coração
Por isso te grito
Maldito
Que por bendito, existes
Afogas minhas mágoas
E, amparas minhas lágrimas
Como amparaste, aquele corpo
Que teimosamente, não me quiseste, devolver
E, eu...
Ainda hoje procuro réstias do impossível
Ai desespero
Loucura de te procurar
Tenho medo...Tenho medo
De contigo, naufragar
Mas, nem assim, te esquecerei
E sempre te chorarei
Nesta ausência sem fim
Indeterminável sofrimento
Angustiante, saudade
Perdoa-me, ter tentado
Mas, não ter conseguido
Deixar de escrever para ti
O mar...
Este em perco a olhar
Procurando, quem sabe,
Ver-te, chegar
E, alegremente, por fim
Te poder abraçar
E, meigamente, finalmente
TE SEPULTAR!
Mas, tu não vens
O mar não te devolve
E, hoje, hoje, tristemente
Só me apetece, GRITAR!

AUTORA: LOURDES S.

7 de set. de 2010

" DEIXAI-ME, NO SILÊNCIO "



Deixai-me no silêncio
Onde vou naufragar
Com minhas lágrimas,e, meus lamentos
Deixai-me no silêncio
Chorar, todos os meus sofrimentos
Deixai-me no silêncio!

AUTORA: LOURDES S.

" SÚPLICA "





Num pranto de lágrimas
Neste, Vale de penas
Me prosto a teus pés
E numa súplica, silênciosa
Quase te mendigo
ESCUTA MEU GRITO
Se és meu amigo!

AUTORA: LOURDES S.

" REFLEXÃO ERÓTICA "

Caríssimos amigos
Por acaso já pararam um minuto na vida para pensar na morte?
Já reflectiram sobre a vida?
Então, constataram, assim, como eu, que...
A VIDA SÃO FÉRIAS QUE A MORTE NOS DÁ?
Bem, as férias podem ser longas
Mas também, podem ser curtas
Porque não aproveitar, todo o segundo, vivendo?
Não!
Não calcando nem atropelando, ninguém
Simplesmente, Vivendo
Por isso, aqui estou eu, pois amanhã não sei onde vou estar
Jorrando, mais uma vez, sentires de um êxtase profundo de amor
De mala na mão, apronto-me, nervosamente, para apanhar o último comboio com destino à loucura
De cabelos soltos, calcorreio os sentidos, outrora, perdidos
Olho, agora, através da vidraça
O comboio passa, galgando montes e vales
Percorrendo terras do desconhecido
Vilas e cidades
Numa fúria de se aproximar do amor oprimido
E os carris, soluçam, num pedido...Vai mais depressa
E à minha mente, sofregamente, surgem vontades
De fazer do desconhecido, uma sonata
Não! Hoje, não me apetece sonatas nem sonetos
Nem sextilhas, trovas, ou melodias
Apetece-me prosas de sedução
E, o comboio apita o fim do percurso
Desço, tropeço nos altos degraus
Já não sei se é nervoso miudinho ou se é mesmo da altura
Pouso a mala no chão
Olho de soslaio, como que a medo, para ver se está alguém à minha espera
Mas, quem?
Eu nem sequer conheço
Ninguém se dirige a mim
Resolvo, então, sentar-me, num daqueles bancos, tão solitários, como eu.
Olho o relógio. Desde que cheguei, já passou meia hora, e, eu, aqui tão só.
Vem-me à ideia que tudo foi brincadeira.
Mais uma vez, foste palhaça no circo da vida
Absorta nestes meus pensamentos nem sequer ouvi chamar por mim, e, quando uma mão pousa em meu ombro, salto e demonstro susto, porque foi isso mesmo que aconteceu
Calma, dizes-me, tu.
Toda eu estremeço
És a Lourdes, não é verdade?
Sim, e, tu....
Sim, eu sou....Vamos, deixa-me levar-te a mala.
Caminhávamos lado a lado, emudecidos. De quando em vez, olhávamo-nos
Seu perfume, suave e agreste, fazia-me pensar
Que bem cheira. Tão bem vestido. Até é giro, e, sorri, dos meus pensamentos
De que ris, perguntaste
Senti meu rosto enrubescer. E, agora? Eu que não mentia, como havia de responder?
Bem, quase a gaguejar, estou a rir de uma coisa que me lembrei
Ai e agora se ele pergunta o quê...Estou metida numa alhada.
Mas, porque me vêem estes pensamentos à cabeça?
Mas, não. Ele foi delicado, e rematou. Vamos tomar um aperitivo antes de jantar?
Agora, frente a frente, eu observava aquele homem, e, sei, que ele a mim.
Alto, vestido de negro, atraía-me.
Cabelos? Quase nem vê-los, mas isso, seduzia-me
Já sentia sua boca beijar a minha com sofreguidão
Sua mão acariciar-me o rosto, e, desnudar-me o corpo, para entrar em mim
Sugando-me o néctar, salivando-se de desejos
Corpos ardentes...Fogos presentes, orgasmos desejados, gemidos calados
Pensamentos...Pensamentos...
A conversa já nos levava a gargalhar. Falávamos de nós, da vida, de tudo e de nada
E, aos poucos, não sei porquê, sentia-me, como se já conhecesse, aquele homem há muito tempo
Bem, vou levar-te ao hotel, para te arranjares. Daqui a pouco, são horas de jantar.
Deste-me um beijo na face, e toda eu, estremeci.
Marcamos, novo encontro, para uma hora depois.
Um toque ao de leve na minha porta.
Sim, já estava pronta. Tomei um banho, vesti-me com um traje comprido, preto, um pouco transparente.
De tacões altos já fico quase nos seus ombros, pensava.
Ah também me perfumei, e, os meus cabelos, agora, presos com uma flor, deliciaram-se com o cheiro
E, mais uma vez, o bater na porta
Abri, sim...
-Boa noite, minha senhora, trago estas flores e este bilhete
Agradeci, e fechei a porta, temerosa. Não era ele, mas...
Sentei-me naquele sofá, pois as pernas tremiam tanto, que julguei desfalecer, e, então comecei a ler
Lourdes desculpa
Desculpa o ter chegado tarde
E o ter partido tão cedo
Sei que vais entender
Por cada flor que te ofereço vai um beijo, meu
Perdoa-me, não posso comparecer ao nosso jantar.
Já é tarde, a noite desceu, e, eu não posso, aqui, vaguear
Sabes? Gostei de te conhecer, mas não devo, contigo, permanecer
Não faço parte da vida
Só faço parte do teu sonho
Da tua ânsia, desmedida de amar
E, sei.
Sei que, se aqui ficasse, eu me iria perder
Sim, perder nos teus braços,
E, enlouquecer
Por isso, perdoa-me
Não me vês, mas eu estou aqui, beijando tuas lágrimas
Mas, vou partir...Fugir, sim
Porque não te quero levar comigo
O pranto dos meus soluços, embargava a minha voz
Mas, afinal quem tu és?
Porque não ficas comigo?
Tu vais saber quem eu sou, mas agora quero te dizer
E, quero, não, que me ouças, mas que escutes, com atenção
VIVE!
SÊ ALEGRE!
SÊ FELIZ!
AGARRA CADA MINUTO, COMO SE FOSSE O ÚLTIMO
Porque o último, pode-se aproveitar e aproximar de ti, para te levar
Não chores porque parti
Sorri, porque te vou deixar, viver
Eu...Eu sou a MORTE!
Por isso, agradece a tua sorte
E, VIVE...VIVE!




AUTORA: LOURDES S.

" AMIGO...EU SEI"





EU, SEI!
Não quero ser...
Momentos, não!
Momentos passam, e às vezes nem rasto deixam
Quero estar lá, mesmo que não me vejas
Quero que sintas minha falta
Como eu, já senti a tua
Porque eu...
Eu também estive lá e não te vi
Mas, sempre, senti
Isso é que é ser amigo
É não nos vermos
É não estarmos
Mas, estarmos no sentir
Sei lá se de mim, te vais despedir
Não que eu queira
Ou por outra razão qualquer
Sentir-te triste
Na busca incessante de alguém
Na ausência do calor de uma mão
Ou de um sussurrar de uma voz trémula
Dizendo:
Não me vês, amigo?
Mas sente-me!
Eu, estou sempre, aqui!

AUTORA: LOURDES S.

" UM POUCO DE MIM "






Podes sermpre contar comigo
Pois, mesmo que não me reste mais nada
Ainda, conservo, as minhas mãos
Cheias de amor pelo próximo
Podes, sempre, contar comigo
Pois considero-te, amigo

AUTORA: LOURDES S.

" LONGE..."




Longe é um lugar que não existe!
Por isso estou aqui a falar, quem sabe
Para o outro lado do planeta
Conta a história que nasci
Desnudada de roupagens e preconceitos
Também, sem falsas modéstias
E, hoje, com alguns direitos
Reservo-me a mim própria, a vontade
que tenho, em deixar deslizar meu sentir
Sim, porque eu quero, sentir, e poder transmitir
Não!
Não uso falsos moralismos, pois aprendi
que na poesia não há pobre nem rico
nem depravado ou ousado
Por isso rasgo, muitas das vezes
A sedução e o erotismo
Em pedacinhos de alma
Num sentir, magoado e triste
E, deixo deslizar, meus dedos, enrugados
Em contos de amor
E, invento histórias de encantar
Mas, todas elas, sentidas
Numa sublime forma de amar.
Quantas vezes faço poesia, sentada num café
E, outras, na areia da praia
Fitando o infinito, mar
E, deixo jorrar sentires que em tempos
não me ousei permitir sequer pensar
Mas, hoje
Hoje, veio-me à memória
Retalhos de outrora
Em que a menina de longas tranças
Transformou-se, em mulher, cheia de esperanças.
Ah...Mas agora parece mal, pois existe o pudor
Contudo, e, como tudo...Tudo passa
Ficando, só, a lembrança
Ai como fui feliz no "Livro do amor"
Ai como sonhei com Anjos
E, voei sem dor
Hoje,
Hoje, resta-me a saudade,
daquele tempo em que sonhei
Sonhei que tu eras um Anjo de verdade
E, me amparavas em teus braços
Dando-me, plena, felicidade
Sim
Porque eu, te amei
Mesmo, que só fosse ilusão
Mesmo, que não fosse verdade
Mesmo, que só existisses, dentro de mim
Lembras-te?
Ai que saudade!
Mas, afoguei nas ondas do mar bravio
Toda esta realidade
Hoje faz frio
Sinto-me, só
Triste
A lágrima cai
E, a distância que nos separa
Não é mais do que fantasia
Tal e qual como todo o sonho
Em eu, te ter amado, um dia
Longe é um lugar que não existe
Por isso, meu sonho, persiste!

AUTORA: LOURDES S.

5 de set. de 2010

" UM JARDIM DE SONHO "



Hoje, apetece-me construir um jardim
Nada de muros ou pontes
Rodeio-me das mais belas flores
E, faço bouquets de deslumbrar emoções



Oh quão belas sois
E tantos espinhos vos rodeiam
Oh doce perfume
Que enleva os sentidos
Deixando-me atordoada
Nestes sonhos desmedidos
Em vão, sonhei
E, nos espinhos, me piquei
Mas, hoje
Hoje, quero, construir um jardim
Mesmo assim!
Não importa que os dedos sangrem
Importa sim, que o cérebro, pense
E, a alma, esteja em PAZ!

AUTORA: LOURDES S.

" DEIXEM-ME "



Deixem-me sonhar
Neste sonho, em que sonho
Que o sonho é sonho
E, ainda existe!

LOURDES S.

" JULGUEI "




Julguei-te bem diferente
Mas reparei que a diferença não existia
Abre os olhos, que é dia
Julguei que o nascer do sol
Tinha tanto encantamento
Como o seu crepúsculo
Oh como julguei o ser humano
Bem diferente, mesmo com as diferenças
De raças, de cores, de religiões, de preferências sexuais
Julguei-o, ainda, provido de valores morais
Oh Lourdes, abre os olhos que é dia
Não te enganes
Nem te envolvas em nostalgia
Nada o merece
Todos te esquecem
E, se na hora da agonia
Por um amigo chamares
Oh como vai ser triste constatares
Que estás só
Oh Lourdes, abre os olhos que é dia

AUTORA: LOURDES S.

" EU E O MEU PIANO "



Um piano também chora
Junta as tuas às minhas lágrimas
E juntos, vamos fazer uma sonata
Num soneto de amor

Não sei se são as tuas
Ou as minhas lágrimas
Que te beijam, que me beijam
Nesta tristeza ao luar

Numa súplica deslizam as teclas
E as letras trémulas agrupam-se
Sem rima, mas num soneto

Explode a saudade
Chamo por ti...Suplico
Numa oração, grita meu coração

AUTORA: LOURDES S.

" SONHEI "






Hoje apetece-me fazer como o grande poeta
Vou oferecer-vos .,...:!?-"( )
Para que os coloquem onde muito bem ententenderem


Sim sonhei
Sonhei ter um amigo de verdade
E hoje não quero sequer pensar
Que foi tudo falsidade
Deambulo na estrada vagarosamente
Olho o Universo
Algumas estrelas por companhia
A noite está fria apesar do calor que se fez sentir todo o dia
Sinto um enorme vazio dentro de mim
Estou tão cansada de só ver e sentir falsidade
Mas tu amigo
Onde quer que estejas
Estarás sempre em mim nos meus sonhos
E na minha vontade de te ter sempre comigo
Sabes amigo
Envolvi-te em meu sonho
Num mar de rosas
Vagueei Naveguei
Oh como naveguei em teus braços
E suspirei para que a mentira fosse verdade
E a fantasia do meu sonho fosse realidade
Sonhei
Sonhei ter um amigo de verdade
Não
Não amigo colorido amante de sonhos e vontades
ou desejos ardentes suprimidos
Sufocados que dilaceram a alma
E apunhalam o corpo
Bebi vinhos decantados
Com cheiros a maresia
Habitei casas de montanha florestas
Jantei em praias de magia
E a lenha crepitava
No palco da fantasia
E sem querer fui palhaço no circo da vida
Outras vezes um lamento
No sufoco de um grito
Mas eu eu só sonhei
Só sonhei ter um amigo de verdade
Construi um jardim de flores inebriantes
Que perfumavam as manhãs
Quando o telefone tocava
E eu me extasiava em escutar
Olá Como vais como tens passado
Quantas gargalhadas
Lágrimas até
Abraços
Beijos
Desabafos
Um dia sonhei
Ter um amigo de verdade
Mas um dia também vivenciei a saudade
O telefone jamais retiniu
E aquele barulho que me faz falta
A tua voz no meu ouvido
Num sussurro num gemido
Foi substituído pelo silêncio
Oh como o silêncio dói
E a ausência machuca
Beijos
Abraços
Lágrimas
Risos
Cansaços
Silêncios
Nesta ausência de mim
E eu só queria dizer por fim
Não Não sonhei
Eu tenho um amigo de verdade
Mas onde está ele
Que não o vejo nem sinto
Neste desespero da solidão

AUTORA: LOURDES S.

" MAS, PORQUE..."



Mas, por que artes e manhas, me veio agora à cabeça, ideias que não quero ter.
Mas, que porra, não consigo, dormir.
Dizem que é da idade. Coisa da menopausa
Mas então, não eram só as rugas e os cabelos brancos?
Ah pois, as articulações também se queixam, e, os ossos, esses, nem é bom falar.
Bem, mas, como eu estava a dizer, um súbito calor, invadiu-me
FOGOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
Parece que tu arde...Maldosos
Não! Refiro-me, simplesmente, aos calores, que também, dizem ser próprios, desta fase da idade.
Ai 20 anos...20 anos, que já estais tão longe de mim
Nessa altura, todos queremos ser mais velhos.
Independentes, maduros. Donos do nosso nariz
O quê...Meus pais mandarem em mim?
Não! Quem manda em mim, sou eu
Pois, pois...
Mas os anos passam
Contam histórias
Galgam saudades
Noites em claro
Lembranças de verdades
Outras, que nem sequer quero que me venham à memória
Por isso, hoje, conto um pouco da minha história
Oh linda menina e moça, de longas tranças pretas, e ilusões dentro do peito
Quisera narrar o que foi feito
Para que as ilusões se desvanecessem
Mas, não vale a pena
Quantas histórias, possivelmente, iguais
Vagueiam ao sabor do vento
Escondendo o lamento, e, até quem sabe a vergonha
De se ser vítima....
Poderia enumerar muitas coisas, mas também, não vale a pena
Chafurdar em excrementos que quero, (possivelmente) assim, como tu, que me estás a ler
Poder, finalmente, esquecer
E, os anos vão passando, parecendo percorrer o caminho, lentamente
Hoje, olho para trás
Apetece-me, chorar
Faz hoje muitos e muitos anos
Que agarrei as ilusões e tentei construir um castelo de fantasia
Oh como era princesa
Mas rápidamente de princesa, passei a ser gata borralheira
E, o meu castelo, desmoronou-se
Hoje, apetece-me, chorar
Olho o espelho, e, a idade está marcada
Rugas...Serão da idade?
Ou dos desgostos da vida...
Mas porque raio e artimanhas, me veio à memória, ideias que não quero ter!

AUTORA: LOURDES S.

" NO SILÊNCIO..."

Quantas vezes no silêncio...
O silêncio das palavras, que não se dizem
Falam muito mais.

LOURDES S.

" GRITO DE ALMA "


LOURDES S.