7 de set. de 2010

" REFLEXÃO ERÓTICA "

Caríssimos amigos
Por acaso já pararam um minuto na vida para pensar na morte?
Já reflectiram sobre a vida?
Então, constataram, assim, como eu, que...
A VIDA SÃO FÉRIAS QUE A MORTE NOS DÁ?
Bem, as férias podem ser longas
Mas também, podem ser curtas
Porque não aproveitar, todo o segundo, vivendo?
Não!
Não calcando nem atropelando, ninguém
Simplesmente, Vivendo
Por isso, aqui estou eu, pois amanhã não sei onde vou estar
Jorrando, mais uma vez, sentires de um êxtase profundo de amor
De mala na mão, apronto-me, nervosamente, para apanhar o último comboio com destino à loucura
De cabelos soltos, calcorreio os sentidos, outrora, perdidos
Olho, agora, através da vidraça
O comboio passa, galgando montes e vales
Percorrendo terras do desconhecido
Vilas e cidades
Numa fúria de se aproximar do amor oprimido
E os carris, soluçam, num pedido...Vai mais depressa
E à minha mente, sofregamente, surgem vontades
De fazer do desconhecido, uma sonata
Não! Hoje, não me apetece sonatas nem sonetos
Nem sextilhas, trovas, ou melodias
Apetece-me prosas de sedução
E, o comboio apita o fim do percurso
Desço, tropeço nos altos degraus
Já não sei se é nervoso miudinho ou se é mesmo da altura
Pouso a mala no chão
Olho de soslaio, como que a medo, para ver se está alguém à minha espera
Mas, quem?
Eu nem sequer conheço
Ninguém se dirige a mim
Resolvo, então, sentar-me, num daqueles bancos, tão solitários, como eu.
Olho o relógio. Desde que cheguei, já passou meia hora, e, eu, aqui tão só.
Vem-me à ideia que tudo foi brincadeira.
Mais uma vez, foste palhaça no circo da vida
Absorta nestes meus pensamentos nem sequer ouvi chamar por mim, e, quando uma mão pousa em meu ombro, salto e demonstro susto, porque foi isso mesmo que aconteceu
Calma, dizes-me, tu.
Toda eu estremeço
És a Lourdes, não é verdade?
Sim, e, tu....
Sim, eu sou....Vamos, deixa-me levar-te a mala.
Caminhávamos lado a lado, emudecidos. De quando em vez, olhávamo-nos
Seu perfume, suave e agreste, fazia-me pensar
Que bem cheira. Tão bem vestido. Até é giro, e, sorri, dos meus pensamentos
De que ris, perguntaste
Senti meu rosto enrubescer. E, agora? Eu que não mentia, como havia de responder?
Bem, quase a gaguejar, estou a rir de uma coisa que me lembrei
Ai e agora se ele pergunta o quê...Estou metida numa alhada.
Mas, porque me vêem estes pensamentos à cabeça?
Mas, não. Ele foi delicado, e rematou. Vamos tomar um aperitivo antes de jantar?
Agora, frente a frente, eu observava aquele homem, e, sei, que ele a mim.
Alto, vestido de negro, atraía-me.
Cabelos? Quase nem vê-los, mas isso, seduzia-me
Já sentia sua boca beijar a minha com sofreguidão
Sua mão acariciar-me o rosto, e, desnudar-me o corpo, para entrar em mim
Sugando-me o néctar, salivando-se de desejos
Corpos ardentes...Fogos presentes, orgasmos desejados, gemidos calados
Pensamentos...Pensamentos...
A conversa já nos levava a gargalhar. Falávamos de nós, da vida, de tudo e de nada
E, aos poucos, não sei porquê, sentia-me, como se já conhecesse, aquele homem há muito tempo
Bem, vou levar-te ao hotel, para te arranjares. Daqui a pouco, são horas de jantar.
Deste-me um beijo na face, e toda eu, estremeci.
Marcamos, novo encontro, para uma hora depois.
Um toque ao de leve na minha porta.
Sim, já estava pronta. Tomei um banho, vesti-me com um traje comprido, preto, um pouco transparente.
De tacões altos já fico quase nos seus ombros, pensava.
Ah também me perfumei, e, os meus cabelos, agora, presos com uma flor, deliciaram-se com o cheiro
E, mais uma vez, o bater na porta
Abri, sim...
-Boa noite, minha senhora, trago estas flores e este bilhete
Agradeci, e fechei a porta, temerosa. Não era ele, mas...
Sentei-me naquele sofá, pois as pernas tremiam tanto, que julguei desfalecer, e, então comecei a ler
Lourdes desculpa
Desculpa o ter chegado tarde
E o ter partido tão cedo
Sei que vais entender
Por cada flor que te ofereço vai um beijo, meu
Perdoa-me, não posso comparecer ao nosso jantar.
Já é tarde, a noite desceu, e, eu não posso, aqui, vaguear
Sabes? Gostei de te conhecer, mas não devo, contigo, permanecer
Não faço parte da vida
Só faço parte do teu sonho
Da tua ânsia, desmedida de amar
E, sei.
Sei que, se aqui ficasse, eu me iria perder
Sim, perder nos teus braços,
E, enlouquecer
Por isso, perdoa-me
Não me vês, mas eu estou aqui, beijando tuas lágrimas
Mas, vou partir...Fugir, sim
Porque não te quero levar comigo
O pranto dos meus soluços, embargava a minha voz
Mas, afinal quem tu és?
Porque não ficas comigo?
Tu vais saber quem eu sou, mas agora quero te dizer
E, quero, não, que me ouças, mas que escutes, com atenção
VIVE!
SÊ ALEGRE!
SÊ FELIZ!
AGARRA CADA MINUTO, COMO SE FOSSE O ÚLTIMO
Porque o último, pode-se aproveitar e aproximar de ti, para te levar
Não chores porque parti
Sorri, porque te vou deixar, viver
Eu...Eu sou a MORTE!
Por isso, agradece a tua sorte
E, VIVE...VIVE!




AUTORA: LOURDES S.

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