13 de ago. de 2010

" UM GRITO...NO SILÊNCIO"

Hoje, apetece-me, ser, ternurenta.
Meu docinho...
Eu?
Não, poderia, ser um, docinho,
porque, está, tanto, frio,
que só poderia, ser, um, gelado
Estou gelada
Nem sinto os dedos, para escrever
Nem o aquecedor.............
resulta
Eu aquecia-te
Na casa da montanha?????
Óptimo
Seria demais
O vinho, tinha que estar, bem, decantado
Claro, muito bem, decantado
e a uma temperatura apetecível
E beijos e carinhos
Muitos
E muita conversa
Muitos, mimos?
Sei lá...
Sensualidade ao rubro
Ao rubro.....................
Como a cor do vinho
que deixa sua, marca
neste copo
Sou louco
Adoro preliminares
Beijos e festinhas
Quem não gosta?
Mas não era disso
que estávamos a falar
Sonhar...
Mas, sim
de beber, um copo de vinho, quentinho
na casa da montanha
junto da lareira
que não
tem lenha
porque está muito
frio para a ir buscar
Mas eu, descobri, na arrecadação,
montes de lenha
e a fogueira está forte
um calor bom
A garrafa, decantada ao pé da lareira
Um, gostinho, romântico
Um, abraço, ternurento...

Está tanta neve
Meu carro pára, no meio da serra
Não trago correntes
Tento pô-lo a trabalhar
Nada...
Estou perdida, pensei
Tenho tanto frio
Mas, ainda bem, que estou perto de casa
Daquela casa para onde me dirijo
ao teu, encontro
Fecho o carro
Caminho, agora, vagarosamente
pelos socalcos do monte...Da serra
O frio.... O vento sopra
Sinto-me enregelar
Tropeço
Caio
Não vejo nada
Quero gritar
Chamar por ti
mas, a minha voz, enrouquecida
pelo frio
não se consegue ouvir
Desmaio
A lenha estala
de tão seca que está
Eu, em t-shirt
Vem querida
Vem, que eu, estou, ansioso
Olho pela janela
e vejo um vulto
Visto um casacão e corro
Vou em teu auxilio
Sinto um estalar de dedos na minha cara
Uma voz chamar por mim
Lurdes......Lurdesssssssssssssssssss
Aconchego-te
Entreabro os olhos
Estou deitada
num sofá
coberta com uma manta
Onde estou?
Ainda tremo de frio
Quem és tu?
Quero levantar-me, mas tu não deixas
Tem calma, querida
Eu sou o.......
Ah!
Que aconteceu?
Encontrei-te, lá fora, desmaiada
Sim...O carro engasgou, agora me lembro
Não tenhas medo, dizes, tu
Não te assustes
Vou buscar-te, um copo de vinho para, aqueceres
Eu sou bonzinho
Vou levar-te ao céu
Aproximas-te, com o copo
e dás-me de beber
pois estou a tremer
Brindamos
Não consigo segurar o mesmo
Bebe...
Vais ver que aqueces
Olhas-me....
Afagas meus cabelos
Sinto-me, tonta
Não consegues, resistir, sem me beijar
Aproximas-te de mim
como se quisesses
que o calor do teu corpo
me cobrisse, feito....
Uma manta
e me aquecesse
Pousas o copo
Sinto o teu corpo
transmitir-me, o seu, calor
Estás tão próximo de mim
Beijas-me, como se esse beijo, fosse
A ternura...De um sentir
Não ousado, sentir
O desejo de ti
De te ter
De te amar
Abraço-te
Como vim parar aqui, perguntei, fugindo ao beijo?
Não me respondes e silencias-me com outro beijo
Desta vez não resisto
e respondo ao mesmo
Até parece, que nos conhecemos, desde sempre
As línguas cruzam-se, parecendo combater
Um desejo oprimido
Ofegante
O coração cavalga
Desejoso
Não! Bate forte, pelo calor que já se faz sentir na sala
O calor da lareira
O calor dos corpos
Dos copos...O vinho, desliza
Ouve-se um barulho
Ergo-me de um salto e solto um grito
enquanto, me, agarro, a ti
Não tenhas medo Lurdes
Era um ratinho!?
É só o sino da igreja
Abraças-me
Quero fugir, mas, não consigo
Bebo, um, gole, de vinho
Lento......
Como o teu abraço,
em que me afago e aconchego
Nossas, salivas, trocam-se
num, beijo ávido e profundo
Em que instantes, ficamos, sem roupa
Já não tenho, frio
Teu corpo, envolve-me, docemente
Tocas, meu corpo...
Com um carinho, extremo
Tuas, mãos, sussurram...
Sedução, em meus, seios
E eu, meigamente, me envolvo, em ti
Com arte...
Uma arte, de te fazer vibrar
De emoção
Acarinho-te, em mim
Rodopio em, ti
Já não temos, frio
Ardemos...
Como a lenha, que cripta...
Nesta, lareira
Somos, fogo
Um, fogo, sonhado...
Mas, não sentido
Levaste-me, ao céu...
E, eu, grito...
No, silêncio, da noite
Como, eu...
Gostava, de te, ter, aqui
Porquê!?
Para, fazeres, parte do poema?
É a música que toca!
A vida...
É feita de poemas
Uns, mais intensos que outros

AUTORA: LOURDES S.

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