" TABULEIRO DE XADREZ"

HÁHÁHÁ...
Lá vão, todas, as peças...
Alegres, felizes...
Para, aquele, tabuleiro
de marfim...
O Bispo
O Rei
A Rainha
Os Peões
São, distribuídos, uniformemente
Todos, eles, com grande,
poder, de sedução
EU...
Como é óbvio
Sou a Rainha
Poderoso, o Rei...
Olha, penetrantemente, para mim
Faz vénias...
Sorrisos...
Piscar de olho, maroto
Diz-me, palavras, de sedução
És tão bela, rainha, minha
Tão sensual
Tão erótica
Charmosa
Amo-te
Meu Rei e Senhor
Quem, se julga, Vossa Alteza
para me enamorar...
E me, dizer, que sou, sua?
Sou do reino, Senhor
Sou do Reino.
O Bispo, anda de roda em roda,
com seus comentários
Franzindo, o sobrolho
Esquiva-se, ousadamente,
por entre, dentes
a dizer-me
Senhora, que esbelta, sois
Estou, apaixonado
Até, Vossa Senhoria, Sr. Bispo
Sim, que Deus me perdoe...
Mas não resisto
Então, por Deus, reze a Cristo
Sigo...Pelo tabuleiro
Mais uns passos
Escuto um murmúrio
cada vez, mais, forte
Olho em redor...
São os peões
Mas que querem, eles?
Senhora, Senhora
por quem sois....
Estamos, inebriados
Com, tua, formosura
Com, teu, olhar
Com, tua, doçura
Respeito...
Exijo, respeito
Perdão, Vossa Senhoria
Observo...
Todos, prostrados, a meus, pés
O Rei...
Esse, no seu trono, sentado
junto da sua riqueza
continua, a sorrir, para, mim
e a chamar-me...
O Teu, lugar...
É aqui, ao meu, lado
Senhora, minha
Silencio-me
Volto, a olhar, em redor
A um canto..
No fundo, deste, tabuleiro
Vejo, um, peão
Cabisbaixo...
Lentamente, aproximo-me, dele
Enquanto, caminho...
Sinto, um calor, invadir-me
E penso...
Que lindo, que é...
Porque, estará, sozinho?
Porque, não se juntou...
A todas, as peças,
para, me conquistar?
Já, junto, dele...
Interrogo-o
Porque, estás, aqui, a um, canto
tão só?
Ajoelhou-se, a meus, pés
e beijou-os, docemente
não, ousando, olhar, para, mim
Não!
Não, faças, isso
Ordeno-te...Põe-te de pé
Olha, para, mim
Não, posso, Rainha
Não posso
Sou, um pobre, peão
mas, com muto, respeito
por Vossa Alteza
Enquanto, o peão, falava
eu, sentia-me, inebriada
meus, pés, ardiam
com aqueles, doces, beijos
e, num ímpeto...
Ajoelhei-me, a seu, lado
Eu, queria ver, seus olhos
Coloquei-lhe, a mão, no queixo
e obriguei-o, a fitar-me
Seus, olhos, brotavam, lágrimas
e, eu, ao sentir...
Aquele, olhar, em mim
percebi
Que...
Era AMOR...
SUBLIME, AMOR
Então...
Derrubei, os outros, peões...
O bispo...
E, até, o Rei
e neste, jogo, de xadrez
eu, fiz...
Xeque Mate

AUTORA: LOURDES S.