Quando era pequenina
meu pai, levava-me, ao circo
E quando os palhaços, representavam
Todos os meninos riam, mas eu, chorava
(Já nessa, altura, era chorona)
Meu pai, perguntava-me:
-Filhinha, tens medo dos palhaços?
Não, pai, respondia
Tenho peninha, dele...
E apontava, sempre, para o palhaço, pobre.
Nunca me esqueci, porque, um dia
vi, um palhaço, chorar
e eu, chorei, também
Era, muito novinha, não percebia bem
Hoje, sim...
E, mesmo, assim
Ri-o...
Mas, deixo, sempre, cair uma lágrima!
Porque será?
A ti, que te fantasias
com cores, diversas
de alegrias
mesmo que rias
quantas vezes, tens a alma a chorar
Vá...
Como te chamas?
Mostra-me, quem és
Deixa-me, ver teu rosto
talvez, marcado
pelo, desgosto...
Teus olhos, molhados
de choros, sufocados
Tu ris, palhaço?
Fazes, palhaçadas
Riem às gargalhadas
Tu, fazes, rir
e ninguém, entende
quão difícil, é a arte
Teu olhar, profundo
fixa a plateia
querendo, ler, as almas...
Oh, batem, palmas
As crianças?
Essas, são a pureza da alma
Adultos...
Muitos, são, mais, palhaços, do que, tu
São palhaços...
No circo, da vida
No palco da hipocrisia
Mas, tu, não!
Tu...
Entregas o coração
Fazes da alma, devoção
De, a todos, fazeres, rir
e quem sabe, se...
Nos bastidores
choras lágrimas, de dores
sem ninguém, para as sentir
Mas, eu que sou,
uma amiga, de verdade
por trás da máscara, pressinto
que és uma alma, generosa,
e capaz, de, no coração, receber
todo o amor, que por ti, sinto
Vem...
Encosta, teu rosto, ao meu peito
Podes, chorar
Tua lágrima, vou limpar
Com beijos
pois por ti, tenho o respeito
e a vontade, de ter...
De querer, um amigo, assim
Chora...Ri...
Palhaço
Junta-te, a mim
AUTORA: LOURDES S.
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