Na calada da noite
Medito...
Não de olhos cerrados,
pois não conseguiria, escrever
Essa, concentração, já a tive
Agora, vou deixar-me levar
pelo vento
num deslizar de pena
profundamente, dotado
de sensibilidade...Sensual
numa fragrância de emoções
nunca, antes, sentidas
mas, eternamente, sonhadas
Supremo...Enlevo
Olhar penetrante
e o relevo
de um sentir, esfusiante
Um toque...
Duas mãos, entrelaçadas
como se as mesmas
já se tivessem, tocado
num fugidio, afecto
Um olhar, profundo
que me desnudou
os sentidos...A alma
Corei...Estremeci
O rir...
Uma fuga, ao meu sentir
Estavas tão perto...
Demasiado, perto...
Que a emoção,
se apoderou, de mim
Olhei-te, como a querer
desenhar teu rosto
em minhas, mãos
em mil afectos...
Predispostos a trocarem-se
Duas carências...
À procura (sem procura de nada)
Encontraram-se...
Ao som da melodia
que a chuva, entoava...
Nas vidraças
As mãos, deixaram, de se, tocar
para, no, agarrar, sentido
de, um, abraço, forte, permitido
em silêncio, nos, abraçarmos
E, aquele, abraço
tantas vezes, enviado
foi, finalmente, dado
No enlevo de um sentir
sufocado...
Teu calor, inebriava-me
Teu rosto, encostado ao meu
E eu, sem vontade de fugir
Só queria dar-te mimos
Cobrir-te de beijos
Ora olhavas para mim
faiscando-me, de raios de luz
Ora fechavas os olhos
como a querer sentir,
profundamente...
Essa, dádiva
Eu, afagava o teu cabelo
(Oh como adorei fazê-lo)
Teu rosto, tuas mãos
Dava-te beijos...
Sem sequer, me interrogar
porque o estava a fazer
Não! Eu não queria, saber
Deixei-me ir...
Nesta, estranha, loucura
Senti, uma ternura, inigualável
Invadir-me...
Um sonho...Uma realidade
Tua boca, estava,
tão próximo, da minha
que eu, não resisti
Meigamente...
Ao de leve, beijei-te
o canto da boca
Encostei, meu rosto, ao teu,
envergonhada...
E nossas bocas, procuraram-se
num, terno e doce beijo
Um beijo, com vontade, de beijar
Ninguém o pediu...
Nem o previu...
Surgiu, como, o encantamento
do teu, olhar, em mim
Profundo, terno, meigo
Fulminante
Depois...
A loucura...
Nossas, bocas, sôfregas
Nossas, línguas, tocaram-se
Nossas, salivas, trocaram-se
como... Se nesse beijo
nos, quiséssemos, sentir
Numa, sublime, dádiva
sentindo, na verdade
toda a envolvência...
De uma paixão, ardente
sentida na plenitude
de um, fim de tarde
Não sei que dizer...
Não digas nada...
Abraça-me!
AUTORA: LOURDES S.
Nenhum comentário:
Postar um comentário