13 de ago. de 2010

" DIVINAL "

Noite Divinal...
Hora bendita...
Palavra mágica...
"SIM"

Não!
Não quero acordar deste sonho
Mas...
Não me deixem, adormecer,
nos braços da ilusão
Não quero, ver...
Meu sonho, transformar-se,
em pesadelo...
E, vê-lo, esmorecer
Grande, paixão, a tua
nesta, caminhada, mágica
A viagem, começou
Íamos à descoberta,
do desconhecido, (para mim)
Por onde passávamos,
observava, tudo a rigor
pois, tu, explicavas-me...
Com tanto, ênfase e amor
que me fascinavas
Vimos, igrejas, monumentos...
Percorremos, montes de delírio...
Caminhos de encantamento
Vimos, uma família, que só a morte, separou
A avenida, que levava até ao alto,
daquele, monte, sagrado
rodeada de árvores,
não deixava ver as rosas
vermelhas e brancas que saiam,
num roseiral a seus pés,
dada, a estação em que estamos.
Mesmo, assim, imaginei
a beleza, de tamanho, cenário
A simetria da igreja, tão bem arquitectada
parecia, cumprimentar, sorrindo
todas as capelinhas, que a rodeavam
Imponente, igreja,
bem como, os inúmeros, jardins...
Palcos de um sonho,
possivelmente, entoado
em melodias...
Nos coretos, tão, bem, elaborados
Aproximamo-nos, de um,
deslumbramento, observado, do alto
Logo, eu...
Que tenho medo das alturas e vertigens
mas, tu, delicadamente, agarras-te, minha, mão
Julguei, que tremia pelo frio, que se fazia, sentir
mas, não...
O vento, fazia esvoaçar, os cabelos,
mas, não arredávamos, pé,
face à maravilha, da enorme, escadaria,
que, dividia, os tão, elegantes, jardins
Quem, sabe...
Jardins, proibidos, da ausência, de amor
As luzes, reflectiam, todo aquele, esplendor
Também, um quiosque, existia,
colado, a um moinho, que fazia de habitação
Os moinhos...Esses?
Estavam, cobertos de magia,
pois, mais tarde, sonhei...
Estar, dentro de um, a fazer, amor
( Pois é...Não contei, o sonho, todo )
A chuva, debruçou-se em nós
As mãos, já não se tocavam
e numa, corrida
procuramos o conforto
de um, lugar, quente
A viagem, prosseguia
Vimos, igrejas, com pormenores
que se não, me fossem, descritos, por ti
eu, nunca, daria, pela sua, existência
Um farol, antigo, que pelo desgaste da pedra, se concluía,
ter sido, construído, muito antes,
da igreja, que o rodeia
Uma homenagem. a um naufrágio
que, se, a minha memória, não me atraiçoa
ocorreu em 1898, e onde tanta, gente, morreu.
Os azulejos, de um azul, esbatido,
descreviam, na perfeição, a história
Umas e outras mãos,
surgiam de dentro do mar,
elevadas ao Céu, como, que...
A pedir socorro
Os dizeres, narrativos, estavam, escritos
num português, que eu não conhecia,
mas, que, apesar, da tragédia,
dava-lhes, encanto
Mais à frente...
Um painel de azulejos,
do mesmo, azul, retratavam, aspectos
de alguns, lugares
mas o mais insólito
é que um deles, está,
retratado ao contrário
Com que pormenor,
observaste, esta, obra
O reflexo num espelho
de uma foto, tirada, através do mesmo
daí o artista, retratar ao contrário
Mais adiante, as esferas, surgiram
e, para meu, desalento, não pude observar
o que os esguichos de água,
lhes fazem, transparecer
quando estão, ligados
Elas, parecem, boiar, sobre as águas
assim, me explicas-te
Mais uma maravilha surgiu,
diante dos meus olhos
Uma nau quinhentista...
Velas que rodam,
fazendo-a, mais veloz
Aqueles, mastros, gigantescos
todos em corda, acompanhavam,
a enorme, escadaria,
também, de corda, até ao topo
Fez-me, pensar, em quanto, temor
existiu, naquela, nau
Depois, foram os arcos
Outra maravilha
Um convento, agora, vazio
de calor, humano
Atrás de uma coluna, que suportava,
um dos arcos, avistava-se, a sombra
da imagem de S. Francisco de Assis
Ao olhar para aquela sombra,
imaginava-se, uma enorme, estátua,
mas, qual foi o meu espanto
ao constatar, que a imagem/estátua
não tinha nada a ver, com a sombra
Tudo me explicavas, com tamanha pujança
que, eu, me sentia, viver, dentro de cada, história
Devorava, todas as tuas palavras
ditas, e, sentidas, com tanto, amor
que me inebriava, os sentidos
No silêncio, escutava-se, uma queda de água
que era encaminhada, e,
fazia, movimentar, o moinho
Não!
Não era para o moinho, outrora, visto
pois o mesmo, era de vento
AHAHAH!
Santa ignorância!
Não era uma mesquita, que eu estava a ver
Era uma igreja católica,
em forma, geométrica, redonda
E onde, me ficou a vontade
e o sonho, de um dia, ir contigo
assistir à missa.
Muito mais, haveria para descrever,
mas, quero, deixar, a curiosidade, alerta.
Olhavas para mim, enquanto, as mãos
levavam à boca, a chávena de café,
quentinho, que tão bem, estava a saber
Nossos olhares, cruzavam-se,
enquanto, falávamos...
A chuva, continuava, a cair
agora, com mais intensidade
Conversávamos
Riamos
Escutávamos, música e, cantarolávamos
De vez, em quando, um dito, engraçado
e as gargalhadas, sonoras
desabrochavam....
Parecia estar a viver, num mundo encantado
Mágico...
Um conto de fadas, onde a felicidade, reina
Nos vidros, baços, de um contraste, calor/frio
desenhaste num coração, o rosto de um palhaço
mas, antes...
Olhas-te para mim,
como se quisesses, fulminar-me
com o olhar e num repente...
Procuras-te, meus lábios
e eu, apesar de estupefacta,
pelo que se estava a passar
não resisti, ao beijo.
A tua, ternura, era tão contagiante
que eu, só me apetecia
Dar-te, mimos
Cobrir-te de beijos
Fazer deles, as pétalas de rosa,
que tu, tanto, gostas
Engraçado...Eu, também
As nossas bocas, cada vez, se procuravam, mais,
numa ânsia de beijar
Uniam-se, como se, as mesmas,
tivessem, sido feitas, para
se encaixarem na perfeição
Nossas línguas, tocavam-se
envolvendo-se, das salivas, trocadas.
Nossos, cheiros, misturados,
faziam imaginar, o incenso a arder
e, o calor, inebriante, das velas
com chamas de luz...
Eram os nossos olhos.
Senti, tua mão, deslizar no meu joelho
e ia subindo na perna
Acariciavas, como se, ela fosse, uma flor
Procuras-te, o aconchego das minhas coxas
Meigamente, ias desbravando, o meu, ser
O medo, apoderava-se de mim...
Queria travar, "ISTO"
Que palavra, tão mal, aplicada,
num contexto, descabido
"ISTO" era uma dádiva
Bendita...Sublime
Não poderia, nunca, ser, apelidada, de, "ISTO"
Com que loucura, nos beijávamos
Abraçava-te, como se, jamais,
te quisesse, largar
Queria, travar?
Encostaste-te a mim
e ao sentir-te, tão perto
demasiado, perto
deixei-me, adormecer
ao som da sedução,
com que me envolvias
Debruçaste-te, em mim
sobre, mim...
Tuas mãos, procuravam, meus seios
e tua boca, foi à descoberta,
do desejo, de os sentir
Deliravas, num arrepio
ao sentires, minha, língua,
passear, na tua orelha
Meus dedos, percorriam
teu rosto, como se...
Mais tarde, o fosse desenhar
Minha boca, desbravou, teu peito
afagando os mamilos,
enquanto, meus dedos, tocavam
a introdução, de uma sonata
interrompida, pela realidade
Sabes o que estou a pensar?
No beijo, que não, demos!
E, nossas bocas, voltavam a unir-se
Tua mão, continuava, a acariciar-me
Esmiuçavas, minha, pele
Beijavas-me, o pescoço
provocando-me, arrepios e risos
pois, fazia cócegas
e, minha boca, procurava a tua
como...
Sede, de uma sede, matar!
Tudo era inédito!
Sentia, teu sexo, aproximar-se
como que, a procurar refúgio,
enquanto, sussurravas, ao meu, ouvido
Imagina, que te estou, a penetrar
Aproximavas, teu sexo,
em movimentos, fortes,
para que eu o sentisse,
mais, através, da roupa
Meu coração, já ia, mais à frente
da minha, imaginação,
tal era a força, com que batia...
Pulava de alegria....
Meus olhos, brilhavam, assim, me dizias
parecendo, duas estrelas
O vento, soprava com tanta, força,
intensidade, que os seus, sons,
mais, pareciam, gemidos
O relógio, parou, pois nenhum de nós
reparou no adiantar da hora
Pouco importava, o mundo, lá fora
O nosso, mundo, era perfeito
Dávamos, porque, queríamos, dar
...É mau ou bom?
O xadrez, sempre, me seduziu,
mas nunca, ninguém, me ensinou
e mal eu sabia, que...
Ao, gentilmente, me adoçares, o carioca de limão,
acompanharias, esse, gesto,
com uma aula de xadrez
Só me apetecia, rir
Não sei o que se passa comigo
Mas, sei...
Que não quero, que o sonho, acabe!
É lindo, demais, para se...
Transformar num pesadelo!
São 4h da madrugada
Chove, torrencialmente
Troveja, como se o Céu,
me quisesse, chamar, para a realidade
Mesmo, assim...
Eu, continuo a sonhar!

AUTORA: LOURDES S.

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