13 de ago. de 2010

" ANJO QUE ME ACALMA...HOMEM..."

Anjo que me acalma
Ou...
Homem que me enlouquece?
...
CHORA A TUA FELICIDADE
...
Nas asas da loucura
Que o homem, me, faz, sentir
Por outro lado,
Surge o anjo
Numa música celestial
Falinhas mansas
Gestos, carinhosos
...
Mas, o homem, apercebendo-se
De um salto, surgiu à minha frente
O castanho de seus olhos
Contrastavam, com a doçura das suas palavras
Olhos negros, ternos, profundos
Fitavam-me, como se fossem...
Um, anjo a querer, desvendar-me a alma
E, flagelar-me o coração
Poderiam ser...
Olhos da cor do mar...Esverdeados
Como pedras preciosas
Ou estrelas do mar...
Mas, não!
Eram castanhos...Leais?
E, eu, ao receber em mim esse olhar
Senti-me fascinada...Iluminada
Comecei a ouvir
Uma música celestial
E, deixei-me embriagar
No êxtase de uma bebida amarga.
Sentia-me serena, em paz.
Este anjo, com seu timbre de voz, serena
Transmitia-me uma doçura inigualável
E eu dancei à chuva
Uma música divinal.
Nossos lábios aproximaram-se
O seu olhar, trespassou-me
Nada mais vi, só senti
Aquele beijo de mel
Hoje, transformado em fel.
Nossas bocas encaixavam-se
Como se tivessem sido feitas
Uma para a outra
Para o destino unir
Em doces e ternos beijos
Mas, o anjo, abandonou, aquele ser
E surgiu o homem
Que me ia enlouquecer.
Astuto...
Um lobo, com pele, de cordeiro
Um actor perfeito
Com fortes argumentos
E gestos de sedução
Capazes, de cativar, qualquer, presa.
E os beijos doces e ternos
Ganharam mais fulgor
As línguas pisavam
Encruzilhadas de sarilhos
Que se avistavam
As mãos...
Oh...Essas, palmilhavam, movimentos
De deslize, na descoberta
Da maciez da pele
E, quanto mais percorriam
Mais queriam percorrer
Ousadamente, até ao meu vulcão, adormecido.
Cheirava a incenso
Mas, era o odor, dos nossos corpos
Que inebriava o ar.
A luz dos olhares, incandescentes de desejo
Pareciam, chamas de velas
Tudo era, uma, perfeita harmonia.
Tuas mãos em meus seios...
Tua boca em ênfase, nos meus, mamilos
E, eu em ti,
Saboreando teu corpo e nele tocando
Não, uma sonata, mas, um bolero
E, conforme, a música ia aumentando, as suas notas
Assim, a vontade...
De ti
De mim
De nós
Aflorava a pele e os sentidos.
Arrepiei-me, ao sentir tua língua na minha orelha
(Poderia imaginar muita coisa, mas, hoje,
Quero ser/ter pouca audácia no erotismo)
Teus beijos no meu pescoço
Nossas salivas trocadas
E, as pétalas de rosa
Pousavam nas nossas bocas
Para que, as línguas
Por elas passassem
Para se encontrarem
Num beijo, profundo
A tudo, retribuía, com a mesma, ternura
Transformada em sofreguidão
De me querer libertar
Numa explosão
Que não sabia, ser capaz de ter.
Parecia uma lareira acesa
O calor dos nossos corpos
Tal a combustão
Carências ao rubro
Afectos trocados
Ternura, repartida
Êxtase no limiar das sensações
Sexos húmidos, num chamamento
Corpos unidos num frenesim de loucura
Onde tudo acontece
Numa explosão vulcânica
De Vénus e Júpiter
Encontrados em Plutão.
Tudo é fascinação!
Tudo é magia, numa noite de amor
O pior é ao outro dia...
Quando se ganha consciência
Que o ontem não existiu
Foi mentira...
Pois, é aí, que a lágrima, cai
Ao sentir a dor no peito, por ver...
Que, o anjo, que me acalma
Bateu as asas e voou
Levando com ele...
O homem que me enlouquece
E, agora...
EU, NÃO CHORO A MINHA FELICIDADE
Mas, sim...
A FELICIDADE, CHORA
DE SAUDADE, DE, A SENTIR.
E, é no silêncio que...
As palavras, ficam mudas
Num grito, sufocado.
AUTORA: LOURDES S.

6 Abril 2010

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