16 de jul. de 2010

" QUANDO, EU, UM DIA MORRER... "


Tanto na vida escrevi!
retalhos da própria vida
coisas, que só eu, senti
mas, por maldade,
ao lixo, foram parar.

Memórias, de uma vida
ficaram sem despedida
só... uma lágrima...caída
só...uma dôr...contida

Saudade...

E...tantos, anos, mais tarde
surgiu, sem avizar
esta minha vontade louca
da caneta, deslizar

Desliza com avidez
nestas folhas de papel
molhado, sem altivez
pelas lágrimas...
que teimam, em cair

Desliza, constantemente
umas vezes, feroz
outras, docemente

Também com amor e paixão
de um amor, não vivido
sem razão....

Quero...
Quero reconstruir
retalhos das nossas almas
para um dia, me poderem, ouvir
e, por fim, baterem palmas

BRAVO! BRAVO! BRAVO!

Meu livro, estou a escrever
com todo, o meu saber
um saber, singelo e simples
para lerem...
antes ou depois, de, eu, morrer.

Quando,um dia, eu, morrer
um "GRITO" eu quero ter
"...Vida que tanto duras,
vem, morte, que tanto tardas,
oh como doi
a solidão, quase. loucura..."

Este, fado, da Amália
comigo, eu, quero levar
e, no meu fim, escutar.
Minha vida foi um fado
um triste, fado, amargurado
A guitarra geme...
...aquilo, que eu calo!

Estão a chorar?
Não chorem, por mim
isto, não é um adeus
nem um fim...
mas sim,
um até logo

Não chores,
meu amor, não chores...
serei a tua estrela guia...
serei o teu anjo...
...mesmo, depois...
de, eu, morrer.

sim...
até logo, meu amor...
abraça-me, neste, meu...
adormecer...

acabou a dôr...
e, também, o meu sofrer...
fecho os olhos...
...oh... meu amor...
...oh...meu amor...

AUTORA: LOURDES S.

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