16 de jul. de 2010

" A FLORESTA E AS SUAS CRIATURAS "

A FLORESTA E AS SUAS CRIATURAS



Na floresta
Queres entrar
Oh...
Ouve-se, o chilrear, de um, passarinho
Onde, estará, interrogas-te
Ganhas coragem
E, dás uns passos, em frente
Embrenhando-te, na densa floresta.
Um trovão...e, ainda, outro...
De repente, um uivo
Um lobo, chamando por mim?
Ai...
Um leão, também?
Que queres tu, criatura de Deus?
Tenho medo!
A terra estremece!
Tu, rei, da selva, deixas esta presa
E, a passos largos
Vais para o cimo do vale.
O som, estridente, da terra a tremer...
Avizinha os elefantes a passar
Os macacos saltam, de galho em galho
Todos contentes...
Sons fortes e sonoros
Sonantes...Arrepiantes...Tortuosos
Misturam-se, nesta imensidão
Loucura! Sinto-me enlouquecer!
Eu tenho medo...
E, faço como os macacos.
Trepo aquela árvore
Que meigamente me dá
O seu braço, para me proteger e amparar.
Do alto, olho em redor
Por entre...
Aquelas enormes árvores
Vêm-se raios de luz a espreitar.
Minha cabeça gira, anda à roda
Já não sinto medo!
O sol veio-me, buscar e guiar
Para o caminho da luz.
De repente...
Vejo uma terrível luta entre leopardos
Lutam pela posse, da sua fêmea
Cada um, à sua maneira, tenta possui-la.
Uns, com palavras e convites, obscenos
Outros, com palavras, doces e ternas
Olho de soslaio
Aquela sombra que surgiu
À minha frente
Tenho uma metralhadora
Apontada à cabeça.
Fico paralisada!
Quero gritar, mas
Sufoco, meu grito
Estou rodeada de abutres
Algozes...
...De leões famintos
...De elefantes poderosos
...De macacos brincalhões, mas, perigosos
...De jibóias que lançam
O seu veneno em todas as direcções
Sinto-me desfalecer, mas,
NÃO ME DOU POR VENCIDA!
Esta não é a HORA DE EU MORRER!
OH...
Já morri!
Escuto a música celestial de uma harpa
AI...
UM ANJO
UMA ALMA CHEIA DE LUZ
E...
PARECIDA COMIGO!
ÉS MINHA ALMA GÉMEA?
Pergunto, já sem forças.
Aquele ANJO, debruça-se
Sobre mim, docemente
E, pega-me ao colo
Envolvendo-me, nas suas asas
Puras, brancas...
Cheias de magia e sedução...
Transportando-me
Para esta UTOPIA
Depois...Agora...
Caminho, tristemente, cabisbaixa
Para a saída da floresta.
Já não se ouve
O chilrear do passarinho
MAS...
A HARPA, continua a tocar...
Nesta FLORESTA, chamada VIDA!





AUTORA: LOURDES S./ SERAPIÃ

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