4 de nov. de 2010

" UM ETERNO ADORMECER "





Adormeces-te na música entoada pelos Anjos
Celestial e pura como o teu adormecer
Assim, acabou o teu sofrer

O carro deslizou e meus olhos miravam a maravilhosa paisagem vinhateira
Entre as cores amareladas, destacavam-se os castanhos e vermelhos das folhas
Que pareciam sorrir à minha passagem.
Todavia, esmorecidas pela tristeza que meu peito guardava.
Num adeus que mais tarde tinha de dizer
Quem sabe, um até breve!
Entretanto, meu coração estava a sofrer
O portão de ferro entreaberto convidava-me a entrar
E tu no jazigo, parecia por mim chamares

Gélida e fria a tua morada
Mas o Sol veio cumprimentar-me
E aquecer de luz meu peito desassossegado

E a terra era atirada para todo o lado
Até que deixou a descoberto o que restava de ti
Não importam os pormenores
Pois nem toda a gente iria suportar os meus dizeres

Oh como carinhosamente coloquei cada pedacinho de ti
Dentro do meu xaile, que tapou meus ombros
Nos sussurros de poesia
Agora saudade de um ente muito querido
Nesta terra tão fria
E foi assim que pela última vez te vi
E pela última vez, te sepultei
Com todo o amor e carinho
Nesta morada te guardei
Agora sim...
As lágrimas podem cair
Já ninguém vê.

AUTORA: LOURDES S.

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