17 de nov. de 2010

" O OUTONO E A MINHA CIDADE "



Fecho os olhos
Apetece-me deitar neste prado de fantasia
Onde a tela se pinta numa mistura
Em aguarelas de castanhos, amarelos e vermelhos
É assim este Outono em que me deito e descanso
E no imaginário, busco o fogo que minha alma consome
Num inventar de emoções
Num turbilhão de sensações
Ao longe ouve-se o tradicional homem
Quentes e boas...ó senhora são só 2 euros
Venha comprar


Aquele cheirinho inebriava-me
Vagarosamente, meus passos escutam-se sobre as folhas já caídas
E debruçadas nas pedrinhas da rua
Calçada?
Nem vê-la de tão cinzenta e triste
Olho este chão...Ai que saudade da minha velha calçada à portuguesa
Quis recuar, mas aquele cheirinho...
Chamava por mim
Já de cartuchinho na mão, sento-me nesta cadeira fria


Olho a minha cidade, através de uma avenida que outrora já foi bonita.
Trazia nos olhos as flores de Maio
E os beijos dos enamorados
E naqueles bancos
Quantos idosos cansados
Respiravam um pouco de ar
E sorriam aos jardins perfumados de outrora
E a noite...
Oh a noite vibrava no esplendor do luar
Quantas declarações de amor
E cartas escritas ao vento
Nas folhas que não eram precisas, inventar
E eu agora, quedo-me a pintar a minha cidade
Nesta tela de um emaranhado de vontades
De luzes cintilantes
De cores cinzentas
De vazios
De Nadas

AUTORA: LOURDES S.

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