Não!
Não nasci no hospital
Mas, naquela casa
Em frente a um matagal
Gritei...
Ai como gritei
Ainda, no ventre de minha mãe
Implorei...Implorei-lhe
Não! Não me tires daqui
Não quero ver
Este mundo cruel
Feito de mel
Mas com sabor a fel
Não!
Deixa-me estar no aconchego
Deste manto celestial
Não quero ver o mundo
Desta forma...
Feito animal
Mas...
Num suspiro, nasci
E, hoje...
Feita mulher
Já sem longas tranças pretas
De sonhos desvanecidos
Histórias...Memórias
.....Desfeitas
Eu grito por ti
Oh minha mãe
Não!
Não me tires de teu ventre
Oh mãe abençoada
Mas, hoje tristemente
Eu vivo uma vida
Desgraçada
Oh mãe...
Deixa-me ficar assim
Aconchegada a ti
Não puxes
Não gemas
Não grites
Não quero sair
Para este inferno
Quero continuar vivendo
Num suspiro...
Sofrendo
Mas...
Estar protegida
Pelo teu manto
Manto sagrado
Eternamente, pelo Céu abençoado
O meu lar
Meu doce e maravilhoso lar
Que é o teu ventre
Oh minha mãe
Por favor, deixa-me aqui ficar
Assim...
Sossegada...Em Paz
E, nunca...
Nunca, chorar
Porque me desprendi de ti
Oh minha mãe!
AUTORA: LOURDES S.
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