3 de out. de 2010

" A SAUDADE APRISIONADA "






Estou aprisionada ao sentir que me enlouquece, nesta tarde de Outono, em que por si só, o mesmo é nostálgico e triste. Devassados sentires do interior, apesar do sol espreitar e sorrir à terra.
Quedo-me a pensar porque estou assim, e, mesmo sem me aperceber, TU, vens-me à memória.
Não quero lembrar-te, mas também, não consigo, esquecer-te. Pergunto a mim porquê, mas não ouso responder, pois tenho medo da resposta, que meu cérebro em perfeitas condições de lucidez, me pode dar ao coração.
E, então sorrio, num sorriso amargo e triste, porque eu estou só com minhas lembranças. Com aquelas que foram verdadeiras e outras tantas, imaginadas. Penso mesmo que o sonho se apoderou de mim, tomou conta de mim, e, não me deixa seguir em frente. Mas também para seguir em frente sozinha, eu não quero
Quero que o sonho me acompanhe e me eternize. Ao menos no sonho, quero ser imortal.
Quero que ouças falar de mim e que dês brados por teres uma amiga assim. Quem sabe um dia, a única que te reste.
Desprezaste o meu ser, nem sei porquê, silenciaste-te na solidão da noite. Desapareceste no amanhecer.
Mas eu, teimosa que sou nas minhas convicções, audaciosa de um sentir, algoz, devoradora, sôfrega, faminta, continuo a sonhar que a minha sonata não foi interrompida.
Num lamento, sinto uma demência a atrofiar minha vontade. Já não sei se meus sentidos estão sincronizados ou se fazem parte de uma sanidade em que me perco em ti.
Tenho saudades de ti!
De te ouvir dizer que de mim gostas. Que me desejas
Tenho saudades de sentir o meu ego elevado
Tenho saudades de olhar o espelho e ver-me sorrir
Tenho saudades de um afago
Por isso eternizo o sonho, e, vou pelas ruas da saudade, sonhando
E, neste sonho, encontro-te no meu caminho, e, nossos olhares se cruzam e se beijam, devagarinho.
É agora que uma furtiva lágrima desliza
Nesta saudade aprisionada de TI!

AUTORA: LOURDES S.

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